Luanda - Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG) defende a criação de parcerias com resseguradoras de elevado rating para cobertura de riscos marítimos.
De acordo com o administrador Executivo da ARSEG, Jesus Teixeira, é necessário que as empresas do ramo estabeleçam relação com parceiros com experiência consolidada, de modo a garantir a estabilidade da actividade.
O responsável, que falava na 1ª Conferência sobre Seguro Marítimo e Portuário, referiu que as oportunidades para o sector no contexto marítimo e portuário em Angola são vastas e promissoras, com a contínua modernização dos portos e aumento do volume de trocas de mercadoria.
Falou da criação de parcerias com corretoras e consultoras especializadas no âmbito das boas práticas internacionais.
No seu entender, a participação de resseguradoras de renome internacional é imprescindível, dada a magnitude dos riscos envolvidos no transporte marítimo.
"Devemos incentivar a presença de resseguradoras com expertise em mercados emergentes e que estejam familiarizadas com os desafios regionais", disse, defendendo soluções que não só mitiguem os riscos inerentes as operações, mas também impulsionem a confiança dos investidores.
Conforme o administrador, Angola tem potencial de se tornar um centro regional para o comércio marítimo e portuário e o sector de seguros deve acompanhar esta evolução com agilidade e inovação.
Jesus Teixeira referiu que a ARSEG está empenhada em trabalhar com o sector privado, desenvolvendo um quadro regulatório moderno e que incentiva a inovação e promova um mercado de seguros competitivo e robusto.
Neste sentido, disse esperar que o evento seja o ponto de partida para iniciativas concretas que levem o sector de transporte marítimo e portuário cada vez mais seguro, competitivo e capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do país.
Considerou que o seguro marítimo pode beneficiar de uma integração mais próxima com o sector bancário, facilitando a criação de produtos financeiros que associem seguros a financiamentos de embarcações e infra-estruturas portuárias.
Por outro lado, o administrador destacou os tipos de seguro essenciais para uma operação eficiente nesta área como o seguro de cascos e máquinas.
Enumerou riscos associados à actividade, nomeadamente, riscos patrimoniais, financeiros, responsabilidade civil e contra a integridade física das pessoas.
Segundo Jesus Teixeira, dados sobre o comércio externo do Instituto Nacional de Estatística (INE), referente à 2022, apontam para uma importação de oito biliões de kwanzas e exportações que atingiram 23 biliões de kwanzas.
Este volume de importações e exportações, disse, demonstra um enorme potencial para o crescimento do seguro marítimo no país.
O evento foi promovido pela Agência de Negócios Multiplicação, em parceria com o portal dos Mutualistas, Seguros e Fundos de Pensões e visou discutir estratégias do sector, as formas e melhor actuação dos diferentes intervenientes no mercado.
O sector conta com 23 seguradoras, no país, e cerca de dois mil mediadores e corretores. ASS/VC