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Armadores no Nzeto denunciam navios de arrasto na costa marítima

     Economia              
  • Zaire • Segunda, 02 Dezembro de 2024 | 14h57
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Apreendido no Soyo navio de pesca ilegal
Apreendido no Soyo navio de pesca ilegal
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Embarcações na costa marítima do Nzeto, província do Zaire
Embarcações na costa marítima do Nzeto, província do Zaire
Pedro Vidal-ANGOP

Soyo - Os pescadores artesanais no município do Nzeto, província do Zaire, denunciaram, esta segunda-feira, a presença de navios desconhecidos que pescam por arrasto na costa marítima local, provocando escassez.

Em declarações à ANGOP, o presidente da Associação de Pescadores Artesanais do Nzeto, Simão Ambrósio, informou que há cerca de oito meses que os armadores locais registam uma redução considerável dos níveis de captura do pescado.

Explicou que os navios “piratas” que se fazem à costa, utilizam uma rede de malha fina que arrasta todo tipo de espécie marinha nas zonas visadas, incluindo peixe miúdo.

“Esses navios chegam até à foz do rio Mbridge, uma zona proibida para a pesca industrial”, denunciou, frisando que, nos dias que correm, os seus associados só conseguem capturar peixe para o consumo, devido à escassez.

De acordo com o armador, para além de dizimarem as espécies marinhas, a acção dos navios de arrasto tem resultado, também, na destruição das redes dos pescadores artesanais que efectuam a sua actividade a sensivelmente 300 milhas da costa.

O interlocutor disse que a situação tem sido reportada de forma recorrente à Capitania do Porto do Soyo que tarda a reagir para contornar essa situação.

Revelou que o centro local de processamento do pescado, que o ministério de tutela construiu em 2021 para servir os pescadores locais, deixou de funcionar por escassez do pescado, antevendo a degradação dos seus equipamentos.

Lembrou que a infra-estrutura, que existe há mais de 10 anos, detém, entre outros equipamentos, duas câmaras de congelação com a capacidade de seis mil quilogramas cada, uma das quais inoperante, desde a sua entrada em funcionamento.

O presidente da Associação de Pescadores Artesanais do Nzeto queixou-se da falta de uma ponte cais para o processo do desembarque do pescado, após a destruição da anterior erguida em 2017.

O responsável afirmou que a infra-estrutura sofreu um colapso, 10 meses depois da sua entrada em funcionamento, porque ter sido construída com material rudimentar (eucaliptos, vigas e estacas de madeira preciosa) que não resistiu ao teor de salinidade da água do mar e da acção de roedores.

A Associação dos Pescadores Artesanais do município piscatório do Nzeto controla mais de 80 cooperativas, que perfazem um universo de 266 membros.

Com extensão de 250 km, a costa marítima do Nzeto que se estende até ao município do Soyo é potencialmente rica em mariscos (lagostas e caranguejos), peixe de grande porte, assim como pargos, garoupas, cachucho, sardinha, carapau, entre outras espécies. PMV/JL

 





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