Aquicultura vive dias de precariedade na Huíla

     Economia           
  • Huíla     Terça, 26 Março De 2024    08h41  
Transladação do Peixe para outros Tangues de Criação
Transladação do Peixe para outros Tangues de Criação
António Escrivão- ANGOP

Lubango – A produção de peixe em cativeiro decaiu na província da Huíla, mais da metade dos 35 produtores desistiu e a solução, segundo os que resistem, passa por novos financiamentos, para a construção de uma fábrica de ração, cuja carência é apontada como uma das principais barreiras.

A província tem pelo menos 35 tanques destinados à actividade, dos quais  só pelo menos 14 estão a funcionar, assegurado por sete empresários envolvidos nos municípios do Lubango, Humpata, Chibia e Cacula.

As melhores fases de produção de peixe foram os anos 2016 e 2017, tendo já atingido três a quatro mil quilogramas/mês. Hoje as colheitas estão em meia tonelada/mês, segundo o chefe do departamento provincial das Pescas, José Maria Candungo.

Em declarações à ANGOP, o responsável, afecto ao Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas da Huíla afirmou que o sector decaiu por falta de investimentos e de novos financiamentos.

“Os poucos empresários que temos, como a a Caliv, o Dick, a Quinta Solar, e poucos outros que estavam nesta corrida de investimentos vão baixando, pois não conseguem créditos para melhorar e ampliar as áreas de produção”, manifestou.

A falta de ração, por a província não dispor de uma indústria para produzir, razão pela qual os empresários são forçados a recorrerem aos mercados de Luanda e do Cuanza Sul, com “custos elevados”.

Como resultado, segundo José Maria Candungo, os empresários vão produzindo aos “soluços”, uma quantidade que não dá renda, serve apenas para manter  os funcionários que fazem a guarda dos tanques.

Produtores clamam por financiamentos  

Na mesma senda, o director-geral da Quinta Solar, na Humpata, Francisco Gamboa, fez saber que a sua actividade está “praticamente desactivada” há três anos, porque não consegue manter o nível de água necessário para sustentar os peixes, pelo que neste momento tem, somente, dois tanques funcionais, dos mais de 10 existentes.

Desactivamos oito tanques e temos dois activos que é o que conseguimos, em tempo de falta de chuva mantê-los com água, através da bombagem com um furo. Ainda assim mantém o quadro de pessoal.

Estamos a fazer um estudo para redimensionar, pelo que precisa de pelo menos 150 milhões para reactivar a actividade, incluir outra espécie, depois da tilápia, uma produção que para além de ser servida nos restaurantes da quinta, poderão também comercializar dentro e fora da propriedade.  

Já para o empresário António Helander, no Lubango, que está a iniciar agora a actividade, referiu estar num estágio embrionário e tradicional, sem filtros e bombas, pelo que precisa de tornar a sua actividade mais moderna, para ter uma produção razoável.

A aquicultura é uma actividade voltada à produção de recursos aquáticos como peixes e frutos do mar. Consiste na implementação de sistemas de cultivo em ambiente natural e controlado.

Apesar do principal objectivo da criação de peixes seja a comercialização do recurso alimentício, incluindo seus ovos, esses animais também são cultivados para uso desportivo e ornamental. EM/MS





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