Lubango - A Associação de Produtores, Transformadores, Comercializadores e Exportadores de Rochas Ornamentais do Sul de Angola (APEPA) manifestou-se apreensiva com a medida de proibição da exportação do quartzo e do gesso, em função dos investimentos já feitos em pesquisas, superior a um milhão de dólares.
A nível da associação actualmente existem três empresas em fase final de conclusão de estudos do potencial do quartzo, na Huíla, Namibe e Cunene, para finalidade de exploração em formato bruto, numa primeira fase, cujos estudos iniciaram em 2020.
O Conselho de Ministros aprovou, na sexta-feira, 26, um conjunto de leis que proíbem a exportação de quartzo e gesso, visando estabelecer políticas para que estes recursos minerais explorados no país sejam preferencialmente transformados, antes da sua exportação.
A medida saiu da 7ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, que reuniu no Palácio Presidencial e tem a finalidade de potencializar a indústria transformadora, gerar emprego, promover a transferência de competências para a indústria nacional e garantir receitas para o Estado.
Ao falar do assunto, o presidente da APEPA, Marcelo Siku, afirmou que a decisão da proibição foi uma “surpresa”, pois não foram consultados para encontrarem uma alternativa, pelo que precisavam de uma moratória de, pelo menos, dois anos para poderem ter o retorno dos investimentos já feitos.
“Desde 2020 que as empresas estão a trabalhar na pesquisa de quartzo, conhecendo o mercado que deu bons indicadores de absorção. A do Cunene já terminou diversas pesquisas, assim como a de Quilengues, na Huíla e os resultados são animadores”, manifestou
Exemplificou que só na Huíla, as reservas calculadas rondam as 38 milhões de toneladas e pela primeira vez estão a produzir no país blocos especiais de quartzo, utilizando uma super cola que dá maior consistência ao mineral.
Marcelo Siku declarou ter-se feito um investimento de mais de um milhão de dólares, desde equipamentos, abertura de vias, envio de amostras no exterior entre outros gastos durante o processo de estudo.
Com essa medida, segundo a fonte, mais de 400 jovens que trabalham nas três empresas correm riscos de perder o emprego, pois os operadores da área não têm ainda possibilidades de fazer a transformação local do produto.
“Para transformar localmente precisaríamos de um sistema de energia combinado, entre o da rede pública e a gás, para poder colocar os fornos funcionais, e nós localmente ainda estamos a nos debater com a falta de luz pública nas pedreiras”, manifestou.
Fez saber que a Associação pretende enviar um memorando para explicar a situação ao ministério de tutela, a fim de conseguir-se a necessária moratória.
A APEPA controla 27 membros nas províncias da Huíla, Namibe e Cunene. EM/MS