Luanda – Associação de Pesca Artesanal, Semi-Industrial e Industrial de Luanda (APASIL) continua a interagir com o Governo angolano no sentido de se concretizar a atribuição do subsídio aos combustíveis para o reforço da produção aquícola e desenvolvimento da actividade pesqueira no país.
Esta pretensão, que tem como respaldo legal o Decreto Presidencial nº 84/19, de 21 de Março, que aprova a subvenção do preço dos combustíveis no sector das pescas, insere-se no programa de actividades dessa agremiação, que tem focado a sua acção na facilitação da exportação do Carapau, Cacusso, Corvina e Sardinha.
“Actualmente, o combustível para as embarcações da pesca industrial custa 450 kwanzas cada litro, o que representa cerca de 45% do investimento desta actividade, sendo que, no mínimo, são necessários 60 mil litros para a operacionalização de uma embarcação de pesca industrial”, revelou o presidente da APASIL, Manuel Azevedo.
Para reverter esse quadro, avançou, a agremiação já remeteu as propostas dos associados aos ministérios das Finanças e Agricultura e Pescas, com vista a apontar as melhores soluções para a operacionalização da pesca industrial.
Conforme o presidente da APASIL, a alta dos preços da matéria-prima utilizada para a captura, transformação e distribuição do pescado tem sido uma das razões do encarecimento do produto final.
Ao falar na reunião de balanço alusiva ao 2º aniversário dessa associação, que se comemora esta quinta-feira, o responsável referiu que associação também está a trabalhar no sentido de se operacionalizar a redução dos impostos, bem como pela revisão do elevado preço praticado pela Pescangola (Porto Pesqueiro).
Na ocasião, apontou ainda a desburocratização do processo de importação de insumos e artefactos utilizados para captura, transformação e distribuição do pescado como outro desafio dos operadores.
Além desses desafios, a fonte sublinhou que os empresários da pesca artesanal ainda continuam a enfrentar dificuldades na aquisição de gelo para conservação do pescado, adicionando as más condições de atracagem das pequenas embarcações (canoas).
Apesar desses obstáculos, acompanhados pela sazonalidade da actividade pesqueira, Manuel Azevedo considera positivo os resultados obtidos pelas empresas, tendo em conta o aumento e a diversificação da captura do pescado, nos últimos tempos.
Sem avançar a quantidade de pescado e o valor monetário resultante da actividade pesqueira, o presidente da APASIL destacou a angariação de uma carteira de crédito que varia de 15 a 50 milhões de kwanzas, para beneficiar cada cooperativa, num leque de 35 cooperativas beneficiadas, em dois anos.
Na condição de interlocutor dos empresários junto do Governo e das instituições financeiras, o responsável recordou que 70 por cento do número de 30 propostas remetidas ao Executivo angolano já foi atendido, representando um ganho significativo para a classe empresarial.
As nacionalizações de 90 por cento das embarcações industriais que trabalhavam com parceria estrangeira, assim como a criação de novas cooperativas também destacam-se entre os ganhos obtidos, nos últimos dois anos.
Criada a 23 de Setembro de 2019, Associação de Pesca Artesanal, Semi-Industrial e Industrial de Luanda (APASIL) conta com 52 empresas e 70 cooperativas de pesca artesanal. Estes operadores estão divididos em três grupos, nomeadamente, crustáceos, demersais e pelágios.
Do ponto de vista operacional, na pesca artesanal e semi-industrial, a APASIL opera em Luanda, enquanto a pesca industrial é desenvolvida nas províncias de Cabinda e Namibe.