Luanda - O presidente da Associação de Pesca Artesanal, Semi-Industrial e Industrial de Luanda (APASIL), Manuel Azevedo, defendeu hoje a necessidade de existir maior aposta na cadeia de valor da indústria pesqueira pelo contributo que presta ao desenvolvimento da economia do país.
Falando à imprensa, na III Conferência realizada pela Revista Economia e Mercado sobre “O cluster do mar para além do petróleo”, sublinhou ser necessário salvaguardar a questão da matéria-prima para a indústria extractiva.
Explicou que a economia azul é uma economia circular envolvendo o sector extractivo, transporte e outros.
“Estamos preocupados com a cadeia de valor, porque precisa-se de matéria-prima.
"Nós trabalhamos com o peixe e deve ser pescado para cadeia de valor. Esse pescado vai ser tirado naquilo que os produtores vão pescando, em função das quotas que são atribuídas para as empresas a nível da pesca extractiva”, manifestou.
Manuel Azevedo defendeu a necessidade de existir indicadores para permitir saber o esforço do sector, em função dos investimentos na indústria pesqueira que emprega, alimenta e paga imposto.
De acordo com o responsável, a pesca versa-se em três questões: investigação, gestão e fiscalização.
O presidente da APASIL negou a existência de escassez de pescado no mercado.
Por outro lado, Manuel Azevedo afirma que a Associação está preocupada “porque um associado tem, há mais de 40 dias na província Namibe, acima de quatro embarcações, com cerca de 20 mil caixas de peixe, impedidas de serem descarregadas em função de uma acção cautelar.
A acção cautelar intentada pelas autoridades do Namibe, segundo a fonte, tem a ver com suspeitas de existência de peixe capturado em período de veda.
Por outro lado, Manuel Azevedo afirma que a Associação está preocupada “ porque há mais de 40 dias um associado na província Namibe tem acima de quatro embarcações, com cerca de 20 mil caixas de peixe, em função de uma acção cautelar por temerem da existência de peixe capturado em período de veda”.
Criada a 23 de Setembro de 2019, a APASIL integra 52 empresas e 70 cooperativas de pesca artesanal.
O país dispõe de um Plano Nacional do Fomento das Pescas (PLANAPESCAS) 2023-2027, um instrumento para fomentar a actividade pesqueira empresarial, aumentar a produção e transformação do pescado, do sal, contribuir para o desenvolvimento do comércio e aumento das receitas fiscais.
O Plano Nacional do Fomento das Pescas conta com um pacote financeiro de 144 mil milhões de kwanzas, equivalente a 300 milhões de dólares.
Estes valores serão repartidos em cinco anos, sendo 28,8 mil milhões correspondentes ao montante anual a ser disponibilizado para o sector privado e operacionalizado pelo Banco de Desenvolvimento de Angola, a uma taxa de juro não superior a 7,5 por cento.
O financiamento vai apoiar, essencialmente, a construção de infra-estruturas do sector privado, construção de embarcações, produção de insumos para o sector das pescas, produção de ração para aquicultura e maricultura, produção de máquinas e equipamentos para o sector piscícola, bem como para apoiar a produção industrial para transformação de produtos das pescas, a criação e desenvolvimento de plataformas logísticas e actividades comerciais de distribuição de bens alimentares de origem piscícola.