Angola vai contar com a primeira fábrica de muda agroflorestal

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  • Luanda • Terça, 24 Janeiro de 2023 | 18h12
Entrada da floresta do Maiombe (ilustração)
Entrada da floresta do Maiombe (ilustração)
Tarcísio Vilela - ANGOP

Luanda – O país passará a contar, ainda este ano, com primeira fábrica de muda para a recuperação, reflorestamento e desenvolvimento do sector agroflorestal, no sentido de mitigar os efeitos das agressões sobre o ecossistema, informou hoje, em Luanda, a secretária de Estado para o Ambiente, Paula Coelho.

De acordo com a secretária de Estado, trata-se de plantas sustentáveis que não estejam catalogadas na lista das espécies ameaçadas de extinção, mas que possam contribuir para o sector energético.

Falando aos jornalistas, à margem da primeira edição da “Conferência Internacional sobre Energias Renovareis e Mecanismos de Desenvolvimento Limpo”, Paula Coelho disse que este é um projecto privado, com uma parecia do Governo angolano.

Nesta senda, a responsável reiterou o compromisso do Executivo angolano com a estratégia nacional de alterações climáticas que assenta sobre os pilares da mitigação e adaptação às metas programadas.

“Nesta altura, o Executivo angolano está a olhar para os mecanismos de financiamento para projectos afins, bem como sinalizar o mercado de carbono, alinhando à legislação ambiental”, asseverou a secretária de Estado

Por sua vez, o director do projecto da fábrica de mudas, Carlos Padre, do grupo empresarial Angola Particle Board Group, disse que a unidade fabril está a ser instalada na província de Malanje, numa aérea de 5 800 hectares, junto ao Pólo Agro-indústrial de Capanda.

O referido projecto, avança o responsável, está avaliado em cerca de 9 milhões de dólares e numa primeira fase vai criar mais de 250 postos de trabalho.

De acordo com Carlos Padre, o projecto está a ser financiado pelo Banco de Desenvolvimento Angolano (BDA).

Segundo o idealizador do projecto, o objectivo da fábrica é o da recuperação da floresta degrada, o reflorestamento e do desenvolvimento do sector agroflorestal.

“Este é um projecto que vem ajudar a mitigar a degradação ambiental, dado ao aumento das actividades de exploração da madeira, mineira, da caça e outras actividades, o que têm causado um desgaste enorme a nível da fauna e da flora”, argumentou.

Carlos Padre entende que a fábrica é uma alternativa ao desgaste do ecossistema, com a produção de mudas florestais, no sentido de repor alguma vitalidade ao ecossistema.

Sobre o capítulo técnico, o responsável avançou que, num primeiro momento, a fábrica de mudas vai criar plantas, através do sistema das técnicas de sementes e clonagem e, na segunda fase, plantar a nível do país.

Sobre a primeira edição da Conferência Internacional sobre Energias Renovareis e Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, realizada em Angola, abordou-se os “Mecanismos de Desenvolvimento Limpo”, “Alterações Climáticas-uma Realidade e um desafio para a Humanidade” e uma mesa redonda subordinada ao tema “Mecanismos de Adaptação de Angola às alterações Climáticas”.

O cientista americano Steven Flagg debruçou-se sobre os “Créditos de Carbono, meios e mecanismos de Compensação - Oportunidades e Desafios”, tendo considerado o crédito de carbono como um instrumento fundamental para redução da emissão de gases de efeito estufa.

“ Os governos mundiais precisam entender que o equilíbrio do ecossistema é produzido com emissões e reduções, daí ser crucial o papel dos mercados”, asseverou.

Já a portuguesa Assunção Cristas, especialistas em Direito Ambiental, apontou a produção de legislação sobre o mercado voluntario de carbono, pelos governos a nível do mundo como crucial para a redução da emissão de gases de carbono.

Nesta perspectiva, Assunção Cristas indicou a certificação, regras e procedimentos, o registo, a dupla venda e a adicionalidade como matérias primárias para o desenvolvimento do mercado voluntário de carbono.

O objectivo desta conferência internacional é a promoção de uma abordagem sobre os mecanismos de desenvolvimento limpo, energias renováveis, bem como a utilização da informação técnica na tomada de decisão.

O evento é uma organização da empresa nacional Eco-eficiência.  



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