Caculo-Cabaça - As principais bacias do Kwanza, Longa, Catumbela e Cunene, em Angola, dispõem de um potencial hidroeléctrico total estimado em 18 mil megawatts de energia.
Grande parte desse potencial concentra-se no Corredor do Médio Kwanza, no segmento Capanda (Malange) e Cambambe (Cuanza Norte), num percurso de 100 quilómetros, segundo o ministro da Energia e Águas.
João Baptista Borges informou, nesta sábado, em Caculo-Cabaça, que o
segmento Capanda/Cambambe possui um potencial na ordem de sete mil megawatts.
O referido potencial proporciona
uma capacidade de produção de energia eléctrica das barragens hídricas e centrais térmicas, no segmento mencionado, na ordem dos 5. 954, 19 megawatts.
O potencial hídrico do país contribui para a matriz energética nacional com 3. 648,82 megawatts, 61,28% do total, com 10 centrais cujas linhas de distribuição funcionam em sincronia com as regiões Norte, Centro, Sul e Leste.
Com estes números, o ministro da Energia e Àguas, João Baptista Borges, considera que o país é "abençoado por Deus", tendo Angola um dos maiores potenciais hidrológicos no continente africano.
O governante, que interveio na cerimónia do desvio do rio Kwanza, prestigiado pelo Presidente da República, João Lourenço, referiu que o Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo-Cabaça terá uma capacidade instalada de 2. 172 megawatts.
Para João Baptista Borges, o Executivo angolano compromete-se com as metas de segurança energética, produzindo, cada vez mais, uma energia mais barata e inclusiva.
Disse que a estratégia se insere na transição energética, por via da construção de uma matriz mais verde, com foco no alavancar da economia nacional.
"Enquanto representantes do dono da obra a nossa missão, no projecto, será a de assegurar o cumprimento das obrigações contratuais firmadas com os diferentes intervenientes neste processo", afirmou.
De acordo com o governante, é notória a elevada preocupação e prioridade do Presidente da República, João Lourenço, que projecta um desenvolvimento do sector energético no país, robusto moderno e inclusivo.
Disse que Angola continuará a orientar a projecção da construção de futuros empreendimentos, relevantes na estratégia de segurança hídrica e energética, a médio e longo prazos.
Considerou fundamental que nessa projecção se tenha em conta os dois últimos escalões do Médio Kwanza, nomeadamente, as mini-hídricas do Zenzo e Tumulo do Caçador, que totalizam 1. 400 megawatts.
Eventualmente, com a participação de capital privado e aproveitando a janela de oportunidades, prevê-se, entre outros, a produção de hidrogênio verde e a implantação de indústrias electrointensivas, segundo o governante.
Ainda no capítulo de investimento que se faz na produção eléctrica em Angola, destaca-se a conclusão, este ano, da reabilitação e ampliação das centrais da Matala, na Huíla, que passa de 18 para 40 megawatts de capacidade, a do Luachimo, na Lunda-Norte, que passa de 8 para 34 megawatts. NE/AL