Angola segue modelos da Antuérpia e Dubai para Bolsa de Diamantes

     Economia           
  • Luanda     Sexta, 26 Março De 2021    19h16  
Diamantes de Angola (Foto ilustração)
Diamantes de Angola (Foto ilustração)
Francisco Miúdo

Luanda - O Ministério dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás (MIREMPT) contratou um consultor, que passou por Antuérpia (Bélgica) e Dubai (Emirados Árabes Unidos), para ajudar na criação da Bolsa de Diamantes de Angola, com efectivação experimental prevista para 2022.

De acordo com o titular da pasta, Diamantino Azevedo, trata-se de um “expert” estrangeiro,  que foi presidente da Bolsa de Diamantes da Antuérpia (Reino da Bélgica) e que também ajudou a criar a Bolsa do Dubai.

Diamantino Azevedo, que falava à imprensa à margem do Fórum sobre “Oportunidades de negócios nos sectores dos Petróleos, Gás e Recursos Minerais", dirigido ao corpo diplomático, garantiu que as condições continuam a ser criadas para que a bolsa seja competitiva.

“Um grupo de trabalho já foi criado e, para o efeito, contratamos um consultor com bastante experiência e que já foi presidente da Bolsa de Diamantes da Antuérpia, além de ter ajudado o Governo do Dubai a criar a sua Bolsa de Diamantes”, afirmou Diamantino Azevedo.

Na sua intervenção, o governante angolano salientou que, com o referido especialista e os da Endiama, SODIAM e do sector de tutela, trabalha-se na criação da Bolsa, que inicia de forma experimental, em 2022.

No entender do governante, a criação de uma bolsa não é apenas por via de decretos, mas também com todas as condições para que ela seja competitiva, justificando a existência de várias bolsas de diamantes no mundo, muitas delas com uma organização e com factores de competitividade muito elevados.

“Se queremos criar a Bolsa, temos de olhar para todos esses factores e ter os instrumentos necessários para uma Bolsa e elevar o nível de qualidade e eficiência”, sublinhou.

Em Setembro de 2019, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, visitou a Dubai Multi Commodities Centre (DMCC), onde funciona a Bolsa de Diamantes daquela cidade, criada em 2002.

Na ocasião, Diamantino Azevedo manteve uma reunião com os membros do Conselho de Administração da referida instituição, com o objectivo de estudar o modelo a implementar em Angola no processo de reforma do sub-sector dos recursos minerais sólidos.

Isso, perspectivou, culminará com a transformação da SODIAM em Bolsa de Diamantes, com a extinção da Ferrangol E.P, transformando os seus activos em agência nacional de recursos minerais, assim como a privatização parcial, em Bolsa de Valores, da Endiama E.P.

Em visita oficial à Bélgica, em Junho de 2018, o Presidente da República, João Lourenço, visitou as instalações onde funciona a Bolsa de Diamantes da Antuérpia.

Angola é o quarto maior produtor mundial de diamantes, com uma produção média anual de cerca de nove milhões de quilates até 2019.

Em 2019, o país contribuiu  para o mercado mundial com 7 porcento em quilates de diamantes e nove porcento em valores, o que posicionou o país, na classificação mundial, entre as primeiras cinco nações relacionadas na produção e quatro em valores.

A  previsão, em 2020, era  passar para os 10 milhões de quilates, mas devido à pandemia da Covid-19 os níveis de produção cifraram-se em menos de seis milhões de quilates.

Para 2021, prevê-se uma produção de cerca de 11 milhões, perspectivando-se para 2022 uma produção de 14 milhões, com a entrada de novos “players” (actores) no mercado e a exploração de novos campos.





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