Luanda – Angola quer aprofundar a cooperação económica e empresarial entre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), para permitir o surgimento de parcerias público-privadas, disse hoje o ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos.
Sérgio Santos defendeu uma maior organização das empresas da CPLP, para criação de parcerias estratégicas entre as mesmas, formação de consórcios e acesso a financiamentos, para gerarem mais empregos, criarem projectos nas comunidades e aproveitarem aquilo que as economias da comunidade possui.
Falando a jornalistas, à margem da Mesa Redonda sobre a Cooperação Económica e Empresarial, em formato presencial e virtual, promovida no âmbito da XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, disse que devem usar o facto da comunidade estar em quatro continentes e inserida em diferentes regiões económicas.
Salientou que podem cooperar e trazer sinergias com agenda concreta na comunidade, para que o sector privado possa também cooperar.
Realçou que, com a presidência de Cabo Verde, a comunidade teve como avanço significativo a mobilidade das pessoas.
“Conseguimos uma conquista importante com o acordo da mobilidade das pessoas. É importante que o pacto passe para a prática e deve começar com os empresários - sector empresarial. Vai ser mais fácil circular pelos quatro continentes e promover os negócios dentro da comunidade”, enfatizou.
Sérgio Santos considerou fundamental alinhar as agências de investimento das comunidades, adiantando que “precisamos de soluções integradoras, ainda que de geometria variável. Um Brasil e Portugal terão exemplos a dar às agências dos outros países. Precisamos de juntar as agências de Angola a dos outros países que estão numa fase mais embrionária”.
A Mesa Redonda sobre a Cooperação Económica e Empresarial aconteceu antes de Angola assumir a presidência rotativa da CPLP, a partir de sábado próximo.
O objectivo da mesa redonda foi abordar questões relativas à promoção da cooperação económica e empresarial, identificação de bases de expansão do mercado intra-comunitário, formas de fortalecimento da actividade das confederações e associações empresariais e da plataforma consensual de diálogo multilateral ao serviço do financiamento, investimento, trocas comerciais, crescimento e desenvolvimento económico dos Estados-Membros da CPLP.
A área terrestre total do conjunto de países membros da CPLP estima-se em 10 milhões 709 mil 277 quilómetros quadrados e a população da comunidade aproxima-se dos 300 milhões de habitantes.
No domínio económico, o Produto Interno Bruto (PIB) da Comunidade (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) é de aproximadamente USD 1,8 biliões de dólares, equivalente a cerca de 1,5 biliões de euros.
O Brasil é o que mais contribui com 1,4 biliões dólares, seguido de Portugal (USD 257 mil milhões) e Angola (USD 62 mil milhões), São Tomé e Príncipe tem a menor economia (USD 485 milhões).
De acordo com as previsões do FMI, o PIB dos países deverá crescer 9,1% no próximo ano, chegando ao final de 2022 com um valor nominal aproximado a USD dois biliões, equivalentes a 1,65 biliões euros, o que poderá tornar a CPLP na 10ª maior economia do mundo, ficando a baixo do Canadá e acima da Coreia do Sul, numa lista liderada pelos EUA.