Luanda - O secretário de Estado para o Investimento Público, Ivan dos Santos, reiterou esta quarta-feira, em Luanda, a intenção de o país alargar o seu portfólio de projectos junto do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), para prosseguir os desafios da segurança alimentar.
Actualmente, a carteira desta organização financeira multilateral tem activo 1.3 mil milhões de dólares, para financiamento de 11 projectos, e apoio à tesouraria no país, ligados sobretudo à energia (42%), água e saneamento (19%), agricultura (16%), sector social (13%) e finanças (10%).
De acordo com o governante, este valor (USD 1.3 mil milhões) ainda não é um número desejado, uma vez que os benefícios do BAD são concessionais e facilitam a gestão da própria dívida a nível do Ministério das Finanças.
Ivan dos Santos, que intervinha no workshop sobre “Revisão da Carteira de Projectos do BAD em Angola”, considerou imperioso superar os constrangimentos que afectam a “qualidade” da actual carteira, nomeadamente o fraco desembolso de contrapartida e o atraso nas aquisições.
Segundo o governante, com o alargamento da carteira de projectos, pretende-se o contínuo alinhamento as cinco prioridades do BAD: iluminar, industrializar, integrar, alimentar e melhorar a vida das pessoas.
Disse que a parceria do Governo angolano com o BAD, iniciada em 1980, tem se revelado crucial no processo de desenvolvimento do país e na melhoria do padrão de vida dos cidadãos.
Já o economista principal do BAD em Angola, Joel Muzima, fez uma incursão sobre o período de “relação” entre as partes, iniciada no longínquo ano de 1980, sublinhando que, de lá pra cá, a instituição continental já disponibilizou mais de três mil milhões de dólares a Angola, valor que se destinou à execução de 52 projectos, voltados à agricultura, energia e água, transporte, ciência e tecnologia, finança e governança.
Apelou aos coordenadores e técnicos de projectos para respeitar os prazos de execução dos mesmos, tendo em conta o seu impacto na melhoria de vida das populações, pois retende-se tornar o portfólio de Angola num dos melhores de África.
Por sua vez, a oficial de programas desta instituição em Angola e São Tomé e Príncipe, Yolanda Arcelina, frisou que o financiamento tem incidido no apoio aos esforços do Executivo angolano para a diversificação económica, particularmente a agricultura e infra-estruturas como estradas.
Referiu que o banco está a trabalhar com o Governo no sentido de criar uma nova geração de profissionais que possam actuar na área de aquisições desta instituição africana.
Orientado pelo secretário de Estado para o Investimento Público, Ivan dos Santos, o workshop contou com a participação de coordenadores e técnicos de projectos do BAD no país e centrou-se na análise do desempenho geral desta instituição no território nacional, nos domínios do portfólio, salvaguarda ambiental e social, desembolso e gestão financeira. ACC/VC