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Angola propõe-se atingir mil MW de energia solar até 2027

     Economia              
  • Benguela • Sexta, 26 Julho de 2024 | 14h23
Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges
Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges
Estevão Manuel-ANGOP

Benguela – A estratégia do Governo angolano para a transição energética prevê atingir uma capacidade fotovoltaica de mil Megawatts até 2027, avançou, em Benguela, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

O ministro da Energia e Águas falava na sequência da visita do Primeiro-ministro português, Luís Montenegro, à maior central fotovoltaica do país, na localidade do Biópio, que já introduz 188, 9 Megawatts da sua capacidade de produção no Sistema Eléctrico Nacional.

Construído pelo consórcio internacional formado pela empresa portuguesa MCA e a norte-americana Sun Africa, num investimento acima de 256 milhões de euros, o parque fotovoltaico do Biópio tem 509 mil e 40 painéis solares numa área de 436 hectares.

Para além disso, Benguela ainda tem uma segunda central fotovoltaica instalada na Baía Farta, que está a injectar 96 MWp de potência à rede eléctrica nacional, cujo financiamento ronda os mais de 130 milhões de euros, garantidos pela Agência de Promoção de Exportações da Suécia (SEK).

A central fotovoltaica do Biópio tem capacidade para abastecer cerca de um milhão e 800 mil pessoas, enquanto a da Baía Farta beneficia meio milhão de consumidores.  

Segundo João Baptista Borges, o projecto está a ser replicado em várias províncias do país e a previsão é ter, até 2027, mil Megawatts de capacidade de energia solar.

Conforme o ministro, adicionada à capacidade hídrica, o país deverá contar com cerca de nove mil Megawatts instalados no Sistema Eléctrico Nacional.

Para o titular do sector, cerca de 72 por cento dessa energia prevista no balanço energético vai ser limpa, numa referência explícita a fontes hídricas e solares.

Impacto

João Baptista Borges reitera o objectivo do Governo de fazer com que a energia limpa possa beneficiar até 2026, aproximadamente, 16 milhões de angolanos, o que representa metade da população.

E, para isto, admitiu que o investimento a realizar não abrange só as fontes de produção, como também as redes de transmissão de energia, no quadro da expansão da distribuição a mais localidades.

Daí destacar “o grande esforço” que se está a fazer para interligar o Centro com o Sul do país, ou seja, a província do Huambo com a da Huíla e com a do Namibe.

À medida que estas localidades do Centro e Sul tiverem acesso a mais energia, o ministro João Baptista Borges prevê também a redução da produção térmica e dos custos.

“Para conseguirmos que a maior parte da população tenha acesso à electricidade, a nossa meta tem que ser a universalização”, afirmou, embora admita que “não vai ser possível fazer isso num só passo”.

De acordo com o governante, para chegar a essa meta, é necessário produzir uma energia cada vez mais barata para poupar recursos e ganhar escalas.

Por outro lado, João Baptista Borges também notou que a energia solar injectada no Sistema Eléctrico Nacional vai contribuir para reduzir a produção de energias térmicas e ajudar na gestão das albufeiras

De igual modo, esclareceu que estes parques não estão associados a baterias de acumulação, porque a sua função é introduzir capacidade de produção solar ao sistema electrico.

“Os parques solares estão ligados ao sistema eléctrico durante o dia e à noite, quando não há sol, saem”, salientou.

Redução de emissões poluentes

Os dois parques em Benguela fazem parte de um conjunto de sete instalados no país, com uma capacidade total de 370 MWp, nas províncias do Huambo, Bié, Lunda-Norte (em Lucapa), Lunda-Sul (em Saurimo) e Moxico (em Luena), alguns já em operação.

Estão por concluir os parques do Bailundo (Huambo) de 7MWp, Cuíto (14,5 MWp) e a do Lucala (7MWp).

Os sete parques solares permitem fornecer electricidade renovável e limpa a cerca de 2,4 milhões de pessoas, contribuindo assim para a redução anual de emissões poluentes de cerca de um milhão de toneladas de CO2 (dióxido de carbono).

Outra vantagem é eliminar a necessidade de consumo de cerca de 1,4 milhões de litros de gasóleo em geradores e produção térmica, com efeitos fortemente poluentes, permitindo uma poupança significativa nas importações. JH/CRB 

 

 





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