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Angola propõe Plano de Acção Integrado de Energia para África

     Economia              
  • Luanda • Quarta, 23 Outubro de 2024 | 06h32
Pormenor de uma reunião entre Angola e Banco Mundial, em Washington
Pormenor de uma reunião entre Angola e Banco Mundial, em Washington
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Washington (Do enviado especial) – O Governo angolano advoga que o Banco Mundial desenvolva um Plano de Acção Integrado de Energia Eléctrica para África, num período de cinco anos (2025-2029), com vista a reduzir o défice energético que o continente enfrenta.

De acordo com o ministro do Planeamento e governador de Angola junto do Banco Mundial, Victor Hugo Guilherme, “é particularmente urgente que se desenvolva esse plano, porque os dados actuais indicam que mais de 600 milhões de africanos não têm acesso à electricidade e 900 milhões vivem sem energia limpa”.

 Ao intervir, esta terça-feira, na reunião da Bancada Africana 2024, que contou com a presença do presidente do Grupo do Banco Mundial (GBM), no quadro das reuniões de Bretton Woods, o responsável disse que o projecto deve estar em paralelo com o Plano de Acção para as Alterações Climáticas (CCAP) desta instituição financeira, sendo concebido à escala e qualidade necessária para apoiar as componentes equitativas e justas da transição energética.

Apontou também a necessidade de se criar um “cabaz energético” equilibrado, que inclua energias renováveis como a solar, eólica e a hidroeléctrica, bem como o gás natural e a energia nuclear.

O governante assegurou que, para esse desafio, Angola está disponível a colaborar, incluindo o estabelecimento de quadros políticos sólidos que promovam o investimento.

De acordo com o ministro, essa abordagem diversificada é essencial para garantir a segurança energética e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, a fim de alcançar os Objectivos de Energia Acessível e Limpa (SDG7) até 2030.

Considerou o gás natural um combustível de transição mais limpo, com um potencial significativo de redução das emissões de carbono face ao carvão e ao petróleo.

“A medida que a energia nuclear ganha atenção como uma opção viável para diversificar as fontes de energia e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, as discussões em torno da sua segurança, investimento e percepção pública devem continuar a ser prioritárias, bem como a estreita colaboração com a Agência Internacional da Energia Atómica e outras partes interessadas internacionais”, acrescentou.

Para isso, continuou, é de capital importância explorar soluções que permitam a produção de petróleo, minimizando as emissões de carbono, com inclusão de tecnologias de extracção mais limpas, com o reinvestimento de uma parte das receitas do petróleo em projectos de energias renováveis.

Por outro lado, Victor Guilherme disse que Angola está comprometida com a implementação de iniciativas como a Missão 300 (M300) e os Pactos Energéticos a nível nacional, tendo solicitado ao GBM que desenvolva e partilhe quadros ou métricas de resultados adaptados, incluindo indicadores com dados de base e objectivos, para medir os resultados, o progresso, os efeitos e o impacto destas iniciativas.

Com isso, realçou, será possível abrir caminho para um futuro energético sustentável e inclusivo, que dê poder aos cidadãos e impulsione o crescimento económico.

Défice energético 

Em função do défice energético, o ministro do Planeamento recordou que mais de 500 milhões de pessoas poderão ficar sem acesso à electricidade até 2030, na África Subsariana, das quais quase 400 milhões vivem em países frágeis e afectados por conflitos.

Recordou também que, na COP28, o GBM lançou um novo programa de energia transformador, com o objectivo de chegar a 200 milhões de africanos até 2030, uma iniciativa orçada em cinco mil milhões de dólares de financiamento, com USD 10 mil milhões adicionais, provenientes dos sectores público e privado.

No contexto da nova parceria entre o GBM e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), foi ampliada a meta no que respeita aos beneficiários, prevendo-se alcançar 250 milhões de pessoas com acesso à electricidade, através de sistemas de energias renováveis distribuídas.

Para além de Angola, a reunião da Bancada Africana 2024 juntou governantes de Cabo Verde, Ghana, Gâmbia, Benin, Argélia, Nigéria, Egipto, entre outros líderes, marcando o ponto mais alto do segundo dia das reuniões anuais do Banco Mundial e FMI.

Ainda nesta terça-feira, a delegação angolana manteve vários encontros bilaterais, com destaque para a reunião entre a ministra das Finanças, Vera Daves, e o subsecretário do Tesouro dos EUA para Assuntos Internacionais, Jay Shambaugh, que visou abordar questões ligadas ao investimento público angolano, os riscos associados à política fiscal, a manutenção da sustentabilidade da dívida e o risco cambial que a economia angolana enfrenta. QCB/VC



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