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Angola procura mudanças na cadeia de valor agro-alimentar

     Economia              
  • Luanda • Terça, 18 Maio de 2021 | 19h43
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Cadeia de valores da produção do Cuanza Norte prevê inclui café como um dos produtos de eleição
Cadeia de valores da produção do Cuanza Norte prevê inclui café como um dos produtos de eleição
Joaquim Tomas
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Milho, um dos grãos em escassez no mundo (Foto ilustração)
Milho, um dos grãos em escassez no mundo (Foto ilustração)
Fabiana Hitalukua
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Mandioca (ilustração)
Mandioca (ilustração)
Lucas Neto

Luanda - O Executivo angolano, em parceria com a FAO, prevê capacitar, até Novembro deste ano, um grupo de 600 actores do agro-negócio e agro-alimentar do país, visando o desenvolvimento e melhor organização da cadeia de valores inclusivas do milho, café, mandioca e hortícolas, por cada província.

A iniciativa, inserida no Agro-Prodesi, foi anunciada nesta terça-feira, numa vídeo-conferência, e envolve o Ministério da Economia e Planeamento (MEP), o Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Inapem), a  FAO e académicos.

Com este plano de formação, que se enquadra no Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi), augura-se um reforço  das  capacidades técnicas e funcionais dos actores públicos  e privados, com vista  a identificação e priorização  das cadeias de valor agro-alimentar  de maior  relevância por cada província.

Pretende-se, de igual modo, a definição de instrumentos e mecanismos para a promoção do investimento nessas mesmas cadeias, reduzindo riscos.

O assistente da área de programas da  FAO, Anastácio Roque, disse que a iniciativa envolve, além da componente  capacitação, o acompanhamento e melhoria dos actores estratégicos da cadeia de valores agro-alimentares e agro-negócios.

Assim, referiu a fonte, procura-se o desenvolvimento com a participação do sector público  e privado,  académicos,    cooperativas e prestadores de serviços,   para promoção de  ligações ao longo das  cadeias de valor, estimular o intercâmbio e colaboração entre  os actores.

Em cada província, estão a ser mobilizados pelo menos 30 participantes,  para se alcançar uma cifra de 600 actores-chave no agro-negócio  e cadeias de valores  a nível nacional.

 Durante seis meses, estes terão acesso a tópicos estratégicos  como  de parcerias público-privadas para a promoção de investimento nas cadeias de valores agrícolas, inclusão do pequeno produtor nos modelos do agronegócio e financiamento à agricultura familiar, sistemas  de mercado e ciclos curtos de comercialização, inovação na extensão e produção  sustentável.

Seis facilitadores, incluindo académicos ao serviço do Prodesi,  com o apoio dos gabinetes provinciais de desenvolvimento económico integrado e departamentos do  Inapem e do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), farão  o acompanhamento do processo de formação em formato presencial,   através   da realização de workshops,   exercícios práticos, debates, visitas de campo e troca de experiências.

O ciclo de  hoje contemplou  quatro temas, entre os quais,   “Os  maiores  desafios e a situação actual das cadeias de valores produtoras  em Angola”,   Análise da cadeia de valores, mapeamento e análise de mercado e serviços”,  Boas práticas de desenvolvimento da estratégia de melhoramento da cadeia de valores e a partilha de experiência da cadeia de valor do café”.

Para Bárbara Hladka especialista da FAO em  agro-negócios  e cadeias de valor a nível de África, as principais barreiras do sector privado, que impedem o investimento no sector privado são semelhantes em alguns países.

O sector privado, como bancos, disse a especialista, não  investe muito na cadeia de valores do sector agrário, por estas serem muito confusas e desorganizadas, o que eleva os riscos.

Por isso, defende ideias mais claras em torno das recomendações concretas para que se consiga promover o investimento inclusivo sustentável na cadeia  de valor prioritárias em Angola, por região.

“ Vai ser uma base importante para tudo que fazemos. Poderemos  desenvolver o sector agrário, quando conseguirmos organizar e fixar  os  problemas e desafios que  tem as nossas cadeias de valor, especialmente, aquelas que estão a ser  dominadas pelo sector informal e por pequenos produtores”, sublinhou a especialista.

 A análise funcional  da cadeia de valor de grãos (milho e arroz), mandioca, café e hortícolas foram  apresentadas pelo  docente universitário Yuri Chipuio, um dos prelectores deste evento.





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