Luanda - Uma delegação angolana, liderada pela ministra das Finanças, Vera Daves, participa desde esta segunda-feira, em reuniões anuais conjuntas de alto nível do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Marraquexe (Marrocos).
Integram a comitiva de Angola, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, e o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Dias.
Nas reuniões, que assinalam o regresso a África, depois dos encontros no Quénia, em 1973, o FMI e o BM deverão apresentar uma revisão em baixa do crescimento para o continente, segundo a publicação do Jornal de Angola.
O Banco Mundial já apresentou a sua estimativa de crescimento para a região, que abranda para 2,5% este ano, depois de crescimentos de 4,8% em 2021 e 3,8% no ano passado.
Neste encontro, a principal novidade para as duas instituições financeiras mundiais poderá estar na distribuição das quotas, modificadas a favor dos países de baixo rendimento ou emergentes, o que aumentaria as suas possibilidades de contrair maiores empréstimos, escreve a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), vincando que as discussões dificilmente terão resultados práticos já na próxima semana.
Hoje (09), o dia foi marcado por uma sessão sobre empresárias africanas e outra que incide sobre a Guiné-Bissau e como melhorar a gestão da despesa com os funcionários públicos, através do recurso ao “blockchain”, ou seja, a uma base de dados que liga vários departamentos e está acessível em tempo real.
De igual modo, foi lançado o relatório sobre as Perspectivas Económicas Mundiais, bem como apresentação do documento sobre a Estabilidade Financeira Global e o combate à pobreza.
Para terça-feira, a Guiné-Bissau estará novamente em análise, com um debate sobre a digitalização da gestão da administração pública naquele país africano.
Está ainda reservado para as reuniões que vão se estender até sexta-feira próxima, abertura oficial dos Encontros do Banco Mundial, com a conferência de imprensa do presidente Ajay Banga, havendo ainda lugar a um debate sobre o sobre-endividamento nos países mais desfavorecidos.
Estarão ainda em abordagem questões da dívida, com um debate que, além dos líderes do FMI e do BM, terá também a presença do ministro das Finanças da Zâmbia, o primeiro país africano a entrar em incumprimento financeiro a seguir à pandemia e a solicitar, há mais de dois anos, uma reestruturação da dívida, num processo que ainda decorre.
Já na sexta-feira, último dia do evento, será marcado pela apresentação de relatórios regionais sobre as economias europeias e africanas, e a ministra das Finanças de Angola participa num debate sobre a construção de resiliência económica e os desafios para os mercados emergentes. CLAU/AC