Luanda - A consultora Oxford Economics África considera que Angola pode beneficiar de mais melhorias, na avaliação do crédito soberano, pelas agências de rating, mas alertou para a necessidade de controlar a despesa em ano eleitoral.
“Desde que os preços do petróleo permaneçam estáveis e o Governo continue com uma despesa orçamental prudente, antecipamos que Angola pode ter mais subidas no rating, nos próximos 12 a 18 meses, dadas as nossas previsões de uma subida da produção de petróleo e aumento do crescimento económico neste período”, avança o Jornal de Negócios.
A análise surge poucos dias depois de a Fitch Ratings ter subido a avaliação sobre a qualidade do crédito de Angola em dois níveis, de CCC para B-.
Acrescentou que, por as receitas do petróleo subirem significativamente, desde o início de 2021, vinca-se que, apesar da queda na produção, o saldo orçamental passou de um défice de 1,7 por cento, em 2020, para um excedente de 2,9%, no ano passado.
“Para além da recuperação nas receitas petrolíferas, as três maiores agências de rating também ficaram impressionadas com os fortes esforços de consolidação orçamental e com a liberalização da moeda, ao abrigo do programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que terminou no ano passado”, concluem os analistas.
A agência de notação financeira Fitch Ratings melhorou, na sexta-feira última, o rating de Angola para B-, com uma perspectiva de evolução estável, antevendo uma expansão económica de 2,1 por cento para este ano, depois de crescer 0,1%, em 2021.
De acordo com os cálculos dos analistas, o rácio da dívida pública, face ao Produto Interno Bruto (PIB), deve ter caído para 78,5% no final de 2021, o que representa, admitem, “uma melhoria significativa face à previsão de 126,9%, feita em Setembro de 2020, e bem abaixo dos 123,8% do PIB, em 2020”.
O rácio da dívida, face ao PIB, um dos indicadores mais seguidos pelos investidores internacionais para aferir a capacidade de o país honrar os compromissos financeiros, deve descer ainda mais para 74,8% do PIB, em 2022, e 73% do PIB, no ano seguinte.