Huambo – Cerca de 181 milhões e 200 doses de vacinas diversas para animais domésticos poderão ser produzidos, anualmente, em Angola, com a conclusão, nos próximos três anos, da fábrica de produção e do centro de bioveterinária.
O auto de consignação da empreitada, que vai ser erguida numa área de 20 mil 831 metros quadrados, no bairro Santo António, arredores da cidade do Huambo, decorreu, esta sexta-feira, em cerimónia orientada pelo ministro da Agricultura e Pescas, António Francisco Assis.
Das mais de 180 vacinas a serem produzidas para a prevenção de doenças em animais, 30 milhões 600 mil são destinadas para mamífero, entre bovino, caprino, suíno, enquanto 150 milhões 600 mil para aves.
As mesmas serão destinadas para o tratamento de carbúnculo externo e interno, diarreia em vitelos, clostridiose de bovinos brucelose B19 e newcastle, bronquite infecciosa e varíolas.
A futura fábrica e centro de bioveterinária irão, igualmente, produzir nove milhões 384 mil unidades de reagentes de diagnóstico para testes de tuberculose em mamíferos, varíola e brucelose.
Para além da fábrica de vacinas e do centro de bioveterinária, o projecto prevê ainda a construção de oficinas e instalações de serviços, o povoamento com animais diversos, 30 residências para os técnicos e estudantes, bem como uma área social, que vai comportar restaurante e parque infantil.
O projecto surge dentro da cooperação bilateral entre os governos de Angola e da Alemanha, com o objectivo de promover a produção de vacinas no país, num investimento de 125 milhões de euros.
A construção do empreendimento poderá gerar, em três anos, mais 400 postos de trabalhos directos e 700 indirectos, ao passo que outros 200 serão abertos com a entrada em funcionamento.
Ao intervir no acto, o vice-governador do Huambo para o sector Político, Social e Económico, Francisco Jamba Kata, afirmou que a construção da fábrica de vacinas para animais agregará valores e impulsionará o crescimento da produção agro-pecuária em Angola.
Segundo o responsável, depois da conclusão da infra-estruturas estarão criadas as bases para que o país continue a produzir animais saudáveis que contribuam para a melhoria da saúde animal e humana, visando o aumento da produção local e contribuir para a eficácia da diversificação da economia nacional.
Já o ministro da Agricultura e Pesca, destacou a importância do projecto para os desafios do desenvolvimento do sector no país, principalmente a situação das vacinas, por constituir um dos maiores problemas das autoridades e criadores, com elevados custos de importação.
"O Governo angolano não tem conseguido responder à demanda, por via da importação, tendo em conta os custos que acarreta, daí a importância desta fábrica que, para além do mercado local, vai atender as necessidades de outros países, sobretudo da região Austral do continente", referiu.
Por esta razão, continuou o governante, a construção desta fábrica vai permitir a criação da sustentabilidade para o desenvolvimento da pecuária e fazer com que Angola seja auto-suficiente na produção de vacinas de uso veterinário.
António Assis considera ser um momento ímpar para a história do país o início das obras de construção do empreendimento.
Justificou que a escolha da província do Huambo, para a implementação do projecto, deveu-se ao facto de ser um dos maiores celeiros do capital humano do sector agro-pecuário, por possuir a única instituição de ensino superior no país, vocacionada à formação de médicos veterinários.