Luanda –Angola mantém a sua proposta de produzir 1.180 milhões barris de petróleo bruto por dia, em 2024, apesar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) atribuir uma quota de 1.110 milhões barris/dia.
A posição do Governo angolano surge horas depois da 36ª Reunião Ministerial da OPEP e seus aliados, um evento realizado quinta-feira (30/11) via vídeo-conferência.
Em nota de imprensa, enviada hoje à ANGOP, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET) esclarece que, durante a reunião da OPEP, entre outros assuntos, os participantes deliberaram sobre as quotas de produção de petróleo bruto para o ano 2024.
Na ocasião, avança a nota, para aAngola foi atribuída uma quota de produção de 1.110 milhões de barris de petróleo bruto por dia, definida com base em projecções de fontes secundárias.
Segundo o MIREMPET, pelo facto da decisão não ter sido tomada por unanimidade e ser contra a posição de Angola, durante a reunião, o Governo angolano reiterou a sua proposta de produzir 1.180 milhões barris de petróleo bruto/dia para o ano de 2024.
Na sequência dessa posição, adianta, Angola enviou uma nota de protesto ao Secretariado Geral da OPEP.
O Governo recorda ainda que Angola é membro da OPEP há mais de 16 anos e durante este período tem cumprido, cabalmente, com todas as suas obrigações, bem como tem partilhado dos esforços que os países signatários da Declaração de Cooperação desta Organização e seus aliados (OPEP+) têm desenvolvido, com vista a estabilizar o mercado petrolífero internacional.
Inicialmente, a Reunião Ministerial da OPEP esteve programada, de forma presencial, para os dias 25 e 26 de Novembro deste ano, em Viena (Áustria), mas foi adiada para quinta-feira (30/11), via online, numa altura em que a delegação angolana já estava a caminho do local do evento quando foi informada do adiamento.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP ou OPEC, em inglês) é uma organização intergovernamental de 13 nações, fundada a 15 de Setembro de 1960, em Bagdá, pelos cinco membros fundadores (Irão, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela).
Em Setembro de 2018, os então 14 países membros representavam 44% da produção global de petróleo e 81,5% das reservas de petróleo "comprovadas" do mundo.
No entanto, não participam da Organização outros grandes produtores, como Estados Unidos da América, Canadá, Brasil, China e Catar.
Para além disso, com a sigla "OPEP+", esta Organização inclui também os chamados "países aliados", que não integram, propriamente, este Bloco, mas actuam de forma conjunta em algumas políticas internacionais ligadas ao comércio de petróleo e na mediação entre membros e não membros.
Entre os aliados que compõem a OPEP+ estão, actualmente, países como Azerbaijão, Bahrein, Malásia, México e Rússia. QCB