Luanda - A ministra da Finanças, Vera Daves, reiterou, sexta-feira, que a ida de Angola aos mercados financeiros internacionais continua a depender das melhores condições das taxas de juros aplicadas.
Para este ano, Angola tem em agenda a emissão de mil milhões de dólares em títulos de dívida, um processo que aguarda pela baixa das taxas de juros, que continuam altas no mercado internacional.
" Se as condições dos mercados se mantiverem até so final do ano, não iremos, devido aos custos", afirmou Vera Daves no encontro com jornalistas.
Ao mesmo tempo, Vera Daves admitidiu que a não ida ao mercado financeiro internacional está a "pesar" na tesouraria nacional, visto que deixou de entrar dinheiro.
Apesar desta falta, Vera Daves reitera a calma, observando o que está a acontecer no panorama internacional.
Nesta altura, segundo a governante, todas as economias emergentes, incluindo Angola, que tentarem financiar-se será a custo elevado, adicionando ao que chamou de "fardo" que o país já tem.
Olhando para as gerações futuras, Vera Daves diz que não quer correr tal risco, considerando que seria entrar numa armadilha.
Face ao contexto internacional, disse que o Ministério das Finanças está a gerir a situação, uma vez que procura " encolher quanto tanto possível as despesas supérfluas".
Por isso, reiteira o pedido de ajuda dos gestores públicos no sentido de serem acertivos na definição de prioridades.
" Nós recomendamos, mas não podemos substituir aquelas que são as decisões de cada unidade orçamental", esclareceu, exortando que cada um deve assumir as suas escolhas.
Angola está a percorrer o caminho para sair de um cenário em que tinha um rácio de dívida pública sobre o PIB de 130%, em 2020, para outro em que tem um rácio em torno de 66%.
Desta feita, as autoridades procuram ser cautelosos em todas as decisões que forem tomadas, incluindo a decisão de ir aos mercados financeiros internacionais.NE