Soyo - A Fábrica de Processamento do Gás Liquefeito (Angola LNG), localizada no município do Soyo, província do Zaire, deverá atingir, no segundo trimestre de 2025, o pico da sua produção, passando dos actuais 700 milhões para mil milhões de pés cúbicos deste produto por dia.
De acordo com o director-executivo da referida unidade fabril, Amilton Cunha, que prestou quarta-feira a informação à ANGOP, o aumento da produção resultará de alguns investimentos em curso na planta, assim como o incremento do volume do gás associado e não associado a ser fornecido à planta.
Sublinhou que o complexo industrial vai receber mais gás associado e não associado proveniente quer através das plataformas petrolíferas localizadas em offshore (alto-mar), quer por via de outros consórcios.
“A aposta do nosso Executivo, por via do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, assim como o apoio dos accionistas da empresa Sonangol, Total Energy, Chevron, Azul Energy e outros têm servido de incentivo para o desenvolvimento da fábrica”, asseverou.
Explicou que a Fábrica Angola LNG produz volumes métricos de alta qualidade, sendo que, actualmente, a produção permite colocar, anualmente, no mercado mundial entre 40 e 50 navios carregados deste produto.
“Nós somos uma planta que fornece gás liquefeito, que é a energia de transição. Portanto, temos uma forte componente no nosso país no fornecimento de gás limpo para toda a parte do mundo”, enfatizou.
Informou que a empresa dispõe de uma entidade em Londres (Inglaterra), responsável pela comercialização do produto acabado.
Referiu-se, também, à produção do gás butano, frisando que Angola LNG é responsável pela totalidade do gás doméstico consumido no país, com uma produção que ronda os 125 milhões de pés de metro cúbico por dia.
Explicou que este volume do gás butano é transferido à empresa Sonagás, responsável pelo desenvolvimento do mercado do gás doméstico no país.
Amilton Cunha destacou, também, a política de responsabilidade social da sua empresa, que ao nível do Zaire tem estado a contribuir nos esforços do Governo local no aumento dos serviços sociais básicos direccionados à população.
O projecto de Gás Natural Liquefeito de Angola constitui um dos maiores projectos energéticos do continente africano e é o primeiro projecto em Angola de gás natural liquefeito (GNL).
Dados disponíveis apontam que o primeiro carregamento do gás foi feito a 15 de Junho de 2013, depois seguiu-se um período de interregno, tendo retomado este processo em Maio de 2016.
Fábrica de Fertilizantes vai acabar com a demora na importação
A demora que ainda se regista na chegada ao país de fertilizantes importados estará ultrapassada, dentro de três anos, com a entrada em funcionamento da fábrica de adubos no município do Soyo.
A afirmação é do director nacional da Agricultura e Pecuária do Ministério da Agricultura e Florestas, Manuel Dias, em declarações terça-feira à ANGOP, na cidade do Soyo.
De acordo com o responsável, actualmente, os fertilizantes importados da Rússia, China e do Marrocos chegam ao país no limiar da preparação de cada campanha agrícola, facto que cria constrangimentos na planificação.
“Tudo que é importado tem custos adicionais e gera riqueza para o país de origem, pelo que a sua produção no nosso país permitirá à banca poupar divisas que servirão para atender outras necessidades”, referiu.
Reconheceu o potencial da futura Fábrica de Fertilizantes nitrogenados (Urea) do Soyo, dimensionada para produzir um milhão e 300 mil toneladas por ano, que considera suficientes para atender as necessidades de Angola, sendo que o excedente pode servir para a exportação.
A fonte revelou que são poucos os países da região de África onde Angola está inserida, a produzir fertilizantes, pelo que antevê como mais-valia o surgimento desta unidade fabril que suprirá as necessidades internas e das nações vizinhas.
Manuel Dias, integrou a comitiva de representantes de bancos credores, investidores nacionais e estrangeiros, técnicos do Consórcio AMUFERT, promotor deste projecto, e outros, que na terça-feira visitou o local da implantação do projecto para constatar o grau da sua execução.
O projecto está a ser implementado na zona de Kintambi, periferia da cidade, numa área bruta de 152 hectares, 45 dos quais para a implantação da fábrica. PMV/JL