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Angola junta-se à Declaração de Abidjan

     Economia              
  • Luanda • Quinta, 15 Julho de 2021 | 23h58
Vera Daves de Sousa, Ministra das Finanças
Vera Daves de Sousa, Ministra das Finanças
Rosário dos Santos

Luanda - Os Chefes de Estado e de Governos de África aprovaram, esta quinta-feira, em Abidjan, Côte d’Ivoire, a Declaração de Abidjan, apelando aos doadores e parceiros internacionais para uma mobilização de recursos de USD 100 mil milhões para o reabastecimento do IDA 20.

Com a Declaração de Abidjan, os países africanos estabelecem uma Agenda comum de priorização das intervenções do Grupo Banco Mundial no continente, assente em três áreas principais.

Trata-se do desenvolvimento do capital humano, a criação de emprego através de políticas de desenvolvimento do sector privado e recuperação económica.

A ministra das Finanças, Vera Daves, que interveio na Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo, em representação do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, enfatizou o conjunto de desafios económicos e sociais enfrentados pelos países africanos antes do surgimento da Covid-19, incluindo recessões económicas.

Para a governante,  o  conjunto de dificuldades foi ampliado devido aos efeitos da pandemia e "com a falta de acesso às vacinas o cenário só piora”.

Vera Daves acrescentou que o actual  cenário requer uma acção coordenada, ambiciosa e comprometida dos parceiros e doadores da IDA, das instituições multilaterais e dos países africanos que ajudarão a apoiar e se beneficiar desta reposição, sublinhando que  Angola junta a sua voz nesta iniciativa africana.

No documento, de acordo com uma nota do Ministério das Finanças a que a Angop teve acesso, os Estadistas declaram o forte compromisso para melhorar a capacidade dos países para absorver os recursos do IDA através de uma execução mais diligente dos programas e projectos.

Reafirmam ainda esforços para melhorar a capacidade de mobilização de receitas tributárias e fazer uso dos recursos de forma mais eficiente e transparente, enquanto melhoram os quadros de governança nacionais.

Os países africanos reconheceram, igualmente, como prioridade inadiável as questões ligadas à segurança, fragilidade e paz.

Para além da intervenção do Chefe de Estado anfitrião, intervieram no  também outros estadistas africanos, o director de operações do Banco Mundial, do IFM-Cooperação Financeira Internacional, respectivamente, Axel van Trotsenberg e Makhtar Diop.

Nesta sua deslocação a Abidjan, Vera Daves encabeça uma delegação que integra o embaixador de Angola na Côté d’Ivoire, o director do Gabinete de Estudos e Relações Internacionais, o responsável adjunto da Unidade de Gestão da Dívida Pública, entre outros quadros.

A esta reunião de alto nível, segue-se ao pedido dos líderes africanos, feito durante a cimeira sobre o financiamento das economias africanas, em Paris, em Maio, em que defendeu um aumento do apoio a uma reconstrução melhor e mais verde a seguir à pandemia de Covid-19.

A IDA é o braço do Banco Mundial para o financiamento aos países mais pobres, garantindo doações e empréstimos com taxas de juro muito baixas. Já forneceu mais de 420 mil milhões de dólares para investimentos em 114 países, 39 dos quais em África.

"O reabastecimento vai apoiar uma recuperação resiliente da crise da Covid-19 e ajudar o continente a continuar a sua transformação económica", aponta o comunicado do Banco Mundial publicado, segunda-feira, a partir de Washington.

Os debates deste evento alto nível visa ajudar a  identificar as principais prioridades para o financiamento do continente, que defende um pacote financeiro e de políticas para um reabastecimento ambicioso da IDA 20.





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