Luanda - Angola está entre os cinco novos países membros do Comité para Usos Pacíficos do Espaço Exterior (COPUOS), anunciou, esta quinta-feira, o escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior.
A inclusão destes cinco países no Comité foi uma decisão e aprovação da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU).
De acordo com uma nota do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) a que a ANGOP teve acesso, hoje, com a inclusão Angola, Bangladesh, Kuwait, Panamá e Eslovênia a estrutura passa a ter 100 membros.
O propósito, o director-geral do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN, Zolana Rui João, disse, à ANGOP, que a entrada de Angola na COPUOS é fruto do reconhecimento internacional, no mais alto nível, do esforço que o Executivo para a implementação da Estratégia Espacial Nacional.
Conforme o responsável, no quadro dos objectivos e directrizes gerais estabelecidos pela Estratégia Espacial Nacional 2016-2025, instrumento reitor das actividades espaciais em Angola, o Eixo 4 tem como objectivo a afirmação internacional do Estado Angolano no domínio espacial, sendo que o seu fim principal é garantir que Angola assuma um papel relevante no contexto internacional em matéria espacial.
Zolana Rui João frisou que a Estratégia Espacial Nacional incluiu, dentre outros objectivos a serem alcançados, a formação de quadros para tornar a indústria espacial angolana competitiva.
“O país tem investido na formação de quadros na área espacial, nas melhores universidades do sector à nível internacional. Na área de difusão da educação espacial, temos participado activamente da Semana Mundial do Espaço, uma celebração internacional da contribuição da ciência e tecnologia espacial para o melhoramento da condição humana, declarada pelas Nações Unidas como sendo, anualmente, a semana de 4 a 10 de Outubro”, reforçou.
Adiantou que, recentemente, o país foi admitido como membro da Federação Astronáutica Internacional (IAF, sigla em inglês), o principal órgão mundial do espaço, com 407 membros, em 71 países, incluindo todas as principais agências espaciais, empresas, instituições de pesquisa, universidades, sociedades, associações, institutos e museus em todo o mundo.
Como membro do COPUOS, disse, Angola poderá contribuir para as discussões e decisões internacionais em matéria espacial, entrar em contacto com vários intervenientes internacionais no domínio espacial e reforçar a sua presença no contexto internacional. “Adicionalmente, ao participar em grupos de trabalho do COPUOS, Angola contribuirá para a definição das políticas internacionais e assegurará que as mesmas respeitem as necessidades e interesses de Angola”, afiançou.
Na óptica do responsável, um dos benefícios de um país se tornar Estado Membro de pleno directo do COPUOS é que receberá o convite formal para as sessões e podendo, de igual modo, contribuir nos trabalhos do Comité e seus órgãos subsidiários por meio de relatórios escritos.
“Em suma, participar plenamente nos trabalhos deste organismo intergovernamental e beneficiar das formações dos centros regionais do COPUOS, para educação em ciências e tecnologias espaciais (dos quais existem dois em África – Marrocos e Nigéria)”, apontou Zolana Rui João.
O COPUOS foi estabelecido pela Assembleia Geral da ONU (AGNU ou UNGA, em inglês), em 1959, para orientar a exploração e o uso do espaço para o benefício de toda a humanidade, assim como para velar pela paz, segurança e desenvolvimento.
O Comité para Usos Pacíficos do Espaço Exterior tinha inicialmente 18 membros e estava conduzindo análises de cooperação internacional em actividades relacionadas ao espaço.
O COPUOS participou da criação dos cinco tratados e dos cinco princípios do espaço sideral. Essa entidade reporta-se à Quarta Comissão da Assembleia Geral.
Enquanto isso, a Assembleia Geral das Nações Uidas declarou também, na sua reunião de quarta-feira, o 20 de Julho como Dia Internacional da Lua, em comemoração do primeiro pouso lunar tripulado de 1969. A efeméride passará a ser celebrada a partir do próximo ano.
Com a institucionalização da data, pretende-se aumentar a consciencialização sobre a exploração e utilização sustentável da Lua, enquanto comemora-se as conquistas de todos os Estados.