Doha – Angola está comprometida em apoiar o investimento estrangeiro e criar um ambiente de negócios favorável, com incentivos atraentes, incluindo fiscais, garantiu este domingo, em Doha, Qatar, a ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho.
A governante, que falava na cerimónia celebrativa do Dia Nacional de Angola na Expo Doha 2023, em representação do Presidente da República, João Lourenço, apelou ao empresariado do Qatar para considerar o mercado angolano como destino dos seus investimentos, assegurando que beneficiarão de incentivos fiscais e assistência para a integração na cadeia de valores.
“O nosso país é abençoado com clima diversificado e solos férteis, propícios para uma vasta gama de culturas agrícolas, desde o café à banana, o milho, a mandioca e outras cujo potencial ainda não está totalmente explorado”, disse Ana Paula de Carvalho, durante o evento, em que o Qatar foi representado pelo ministro do Ambiente e Mudanças Climáticas, Abdullah Al Subaie, acompanhado de outras entidades.
Para a dirigente angolana, isso não significa apenas colher os benefícios de um investimento num determinado sector, mas também contribuir para o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar.
Na sua intervenção, a ministra afirmou que Angola participa na exposição internacional de horticultura com o sub-tema “Agricultura moderna, consciencialização ambiental e sustentabilidade” e o lema “Plantar para a vida”, com o intuito de mostrar ao mundo os esforços que tem empreendido na produção alimentar, na protecção da vida e no melhoramento da saúde da sua população.
A ministra ressaltou que com isso o Governo angolano pretende ilustrar a perfeita simbiose entre a agricultura moderna e tradicional, frisando que factores importantes, como o equilíbrio entre a tecnologia moderna na agricultura e a produção comunitária moldaram as politicas do país rumo à diversificação da economia.
Considerou fundamental a consciencialização ambiental na promoção de uma mudança de atitudes e comportamentos nocivos ao ambiente, salientando que Angola desenvolveu ferramentas para encorajar a protecção da natureza através do aumento da conectividade com a natureza e a promoção do desenvolvimento ambiental.
Segundo Ana Paula de Carvalho, o lema da Expo 2023 - “Deserto verde, melhor ambiente” - é um apelo à humanidade para criar formas mais harmoniosas e sustentáveis para a produção alimentar, combinando tradição com tecnologia moderna, para o uso equilibrado dos recursos naturais, tendo em conta a importância da manutenção do equilíbrio da biodiversidade e da ecologia sem prejudicar a vida moderna.
“Este evento configura-se de uma grande importância nos esforços e cooperativismo global sobre os desafios que cada um dos países enfrenta na busca de soluções sustentáveis, com vista ao alcance das metas estabelecidas a nível nacional e nos acordos e tratados dos vários domínios da Agenda 2030 sobre o desenvolvimento sustentável”, sublinhou.
Disse Angola enfrenta uma degradação acentuada da sua faixa costeira de 1.650 quilómetros, devido à pressão humana sobre os solos, sobretudo a produção de alimentos, o pastoreio excessivo, as queimadas e o desmatamento desregrado.
“O Governo tem trabalhado para inverter esse quadro, proteger a faixa costeira nacional e as zonas desmatadas do interior, de forma a corrigir os efeitos nocivos das alterações climáticas, bem como prevenir a rotura total dos solos, que coloca em perigo, não só a fauna e a flora, mas também a segurança alimentar das populações”, salientou.
A ministra também falou das acções desenvolvidas no âmbito do programa de combate aos efeitos da seca no sul do país, destacando o canal de Cafu, tendo se referido ainda às iniciativas que visam desacelerar a progressão do deserto na região do Namibe, através de uma campanha em curso para a plantação de diversas espécies de árvores para criar uma grande cortina verde no sentido de estancar a progressão do deserto.
Destacou igualmente programas de engajamento e empoderamento das comunidades, com destaque para a criação de escolas de campo agrícolas, educação ambiental e estabelecimento de cadeias de valor agregadas, com o finalidade de salvaguardar a subsistência das populações afectadas por este fenómeno.
Por seu lado, o ministro do Ambiente e Mudanças Climáticas do Qatar augurou para Anghola a materialização dos" projectos fortes" que tem nos domínios do ambiente e da segurança alimentar.
Abdullah Al Subaie disse que Angola está a fazer uma boa apresentação na Expo e elogiou a exibição da banda cultural no evento.
Considerou importante para Angola e o Qatar a cooperação política e económica, como nos ramos dos petróleos, do ambiente, da educação e das relações internacionais.
O Dia de Angola na Expo 2023 contou com as presenças do secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Manuel Bartolomeu da Cunha, do embaixador angolano no Qatar, António Coelho Ramos da Cruz, da comissária-geral de Angola na Expo, Albina Assis, de membros do corpo diplomático acreditado no Qatar e vários cidadãos angolanos.SC