Luanda - Angola e Portugal estão a trabalhar para operacionalizar o observatório do fluxo de investimentos nos dois países, um acordo assinado em 2015, no quadro do reforço da cooperação bilateral.
Acordo sobre a criação do Observatório de Investimentos, coordenado pelos ministérios da Economia de ambos os governos, também já foi aprovado em Decreto Presidencial n.º 316/18, a que a ANGOP teve acesso.
No quadro da efectivação deste diploma, os secretários de Estado da Economia de Angola e de Portugal, Ivan dos Santos e João Neves, respectivamente, reuniram-se, nesta segunda-feira, para passar em revista a actividade empresarial de ambos os países.
A iniciativa visa contabilizar os fluxos de investimentos bilaterais, monitorização dos processos de análise das candidaturas e projectos de investimentos angolanos em Portugal e portugueses em Angola.
A ser materializado, o diploma prevê, de igual modo, identificar os obstáculos que possam dificultar a sua análise em tempo útil e seleccionar as vias e os instrumentos mais eficientes para se ultrapassar eventuais constrangimentos.
O secretário de Estado da Economia de Angola, Ivan dos Santos, admitiu que o processo esteve parado, justificando questões de agenda dos dois países e o surgimento da pandemia da covid-19.
“Sem prejuízo disso, é nossa intenção retomar as equipas técnicas para que Angola possa beneficiar desta relação que tem com Portugal e com a Europa”, referiu.
Acrescentou que trabalhos a nível técnico vão dar inicio, nos meses de Novembro e Dezembro, para que a nível superior possam dar continuidade, em 2023, período previsto para o termino do processo e início da operacionalização do Observatório de Investimentos Angola e Portugal.
Aproveitando as oportunidades, Angola prevê reforçar a exportação da produção nacional, além do petróleo, em Portugal e, com apoio deste mesmo país, procurar expandir a sua presença no mercado europeu.
Portugal tem 1 300 empresas
Sem avançar números, o secretario de Estado da Economia, Ivan dos Santos, considerou ser ainda reduzido o número de empresas angolanas em Portugal.
Ao contrário de Angola, Portugal conta com uma presença considerada de empresas, na ordem dos 1 300 investidores com capital português e misto.
De acordo com o secretário da Economia de Portugal, João Neves, prevêem novos investidores nos ramos de calçado e vestuário.
“Temos relações excelentes, mas há muito trabalho que podemos concretizar que permitam que as relações económicas entre ambos os países sejam ainda mais fortes do que são hoje”, considerou.
As empresas portuguesas actuam em sectores como construção civil, agroalimentar e agroindustrial, banca, seguros, metalomecânicos, tecnologias de informação e comunicação, energia, saúde, transporte e logística.
Face a 2021, as exportações de bens portugueses para Angola aumentaram 50,8% nos primeiros oito meses do ano.
De acordo publicados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), as exportações de bens portugueses para Angola aumentaram 50,8% nos primeiros oito meses de 2022, face ao ano anterior, atingindo aproximadamente 890 milhões de euros (Kz 423,5 mil milhões de kwanzas).
Os números publicados no 5.º Encontro Angola-Portugal, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA) dão conta ainda que as importações, o comércio com origem em Angola, aumentou 506,4%, entre Janeiro e Agosto, num total de 438 milhões de euros ( Kz 208,4 mil milhões).
Angola é o nono destino das exportações portuguesas, tendo subido uma posição em relação a 2021, sendo o 27.º fornecedor de bens a Portugal (48.º lugar em 2021).
