Washington (Dos enviados especiais) – O Ministério das Finanças e o EXIM Bank dos Estados Unidos da América celebram, no início de 2023, um contrato de financiamento de dois mil milhões de dólares, para a produção de energias renováveis em Angola.
O facto foi confirmado este domingo, em Washington, pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, que disse tratar-se, provavelmente, do “maior financiamento já concedido” por esse Banco de Exportação e Importação dos EUA para electrificação em África.
Segundo o governante, que falava à imprensa, a propósito da Cimeira de Líderes EUA-África, a decorrer de 13 a 15 deste mês, o respectivo financiamento marcará o começo de uma nova era no relacionamento entre os Estados Unidos da América e Angola.
Conforme o ministro, o projecto começa a ser materializado em 2023, uma vez estar já assinado o acordo comercial com o grupo Sun África, identificada a fonte de financiamento e feita a aprovação do EXIM Bank e do governo dos Estados da América.
"O último passo que falta dar é a assinatura do acordo de financiamento, que vai acontecer no início do próximo ano, período de início da implementação deste projecto", assegurou.
O projecto visa promover a utilização de energias renováveis no país e aumentar o acesso à electricidade em quatro províncias do sul do país, que totalizam uma superfície de mais de 400 mil quilómetros quadrados: Cuando Cubango, Namibe, Huíla e Cunene.
Em concreto, vai beneficiar, directamente, mais de um milhão de habitantes dessas áreas, podendo proporcionar benefícios indirectos, como a geração de empregos, a outros milhares.
Pretende-se com essa iniciativa promover a melhoria da qualidade de vida das comunidades, uma vez que, além dos sistemas de eletricidade (solares), trarão soluções para abastecimento de águas às comunidades das quatro províncias contempladas.
Conforme o ministro João Baptista Borges, o grande objectivo do acordo de financiamento é compensar o défice de distribuição de energia ainda registado em Angola, sublinhando que o projecto prevê a utilização de sistemas solares com baterias.
"Vamos armazenar energia e distribuir energia em zonas isoladas, como Mavinga e outras regiões do Leste de Angola próximas da fronteira, onde não há ligações e linhas de transporte. Vamos utilizar a energia solar com baterias, para podermos distribuí-las durante o dia e a noite à população", explicou o governante.
Assegurou que esses sistemas vão acelerar o processo de aumento da taxa de eletrificação do país, que ronda, actualmente, cerca de 43 por cento. A ideia é passá-la para 60 por cento.
João Baptista Borges adiantou que durante a Cimeira de Líderes EUA-África poderão ser adiantados mais detalhes desse financiamento, que está praticamente estruturado.