Luanda - Angola e a China avaliaram nesta quarta-feira, em Luanda, o estado da cooperação bilateral, com foco no domínio económico.
O assunto esteve à mesa durante uma audiência entre a presidente da Comissão de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas no Estrangeiro, Josefina Pitra Diakite, e o embaixador chinês em Angola, Gong Tao.
Desde 2007, Angola é o maior parceiro comercial da China em África, com um volume de negócios que registou, só em 2010, um total de 24,8 mil milhões de dólares norte-americanos.
Dez anos mais tarde (2017), o valor das trocas comerciais com o gigante asiático ascenderam, no I trimestre, em 61,32 por cento, ou seja, para 5,55 mil milhões de dólares norte-americanos.
A China é actualmente o maior credor de Angola, com base a várias linhas de crédito abertas pelo Governo Chinês, através de bancos estatais.
A dívida, paga essencialmente com o valor da venda de petróleo, rondava, até 2019, os 23 mil milhões de dólares.
No final de 2018, a China aprovou uma nova linha de financiamento de 2 mil milhões de dólares norte-americanos.
Segundo dados das autoridades angolanas, divulgados este ano, o valor real da dívida de Angola com a China está calculado em 20.1 mil milhões de dólares. Deste valor, USD 10 mil milhões foram para capitalização da petrolífera angolana Sonangol e USD 10.1 mil milhões para financiar vários projectos de investimento.
Segundo o embaixador chinês, Gong Tao, que falava à imprensa no final do encontro, as relações entre os dois Estados são excelentes.
O diplomata reafirmou o interesse dos empresários chineses em continuar a investir em Angola, particularmente em sectores como agricultura e pescas.
“ Angola tem apresentado perspectivas positivas, por este facto vários empresários chineses pensam em colocar mais investimentos nas áreas da indústria, agricultura e pescas, a fim de aumentar a produção nacional e contribuir no fomento do emprego.
Entretanto, com o mesmo propósito, Josefa Diakite recebeu igualmente a embaixadora de Cuba em Angola, Esther Armenteros Cárdenas, e enalteceu a cooperação e intercâmbio existente entre os dois países.
Segundo a diplomata cubana, o encontro visou analisar o reforço da cooperação, sendo que o seu país pretende o reforço dos laços de intercâmbio e contacto permanente entre as duas Assembleias.
“ Queremos fortalecer cada dia mais os trabalhos entre os dois parlamentos para a troca de experiências que beneficiem os dois povos”,realçou.
À luz da ajuda internacionalista cubana (1974-1991), as relações bilaterais entre Angola e Cuba transformaram-se, paralelamente, numa cooperação em vários domínios, nomeadamente da saúde, educação, energia, defesa, segurança, ensino superior, petróleos e indústria.
Apesar do abrandamento registado entre 1991 e 2002, as relações diplomáticas mantêm a mesma vitalidade, daí serem consideradas magníficas e de irmandade.
O primeiro convénio de cooperação entre Angola e Cuba remonta de Fevereiro de 1976 e versou sobre os sectores da Saúde e da Educação.