Lubango - O ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, ressaltou esta sexta-feira, no Lubango, o compromisso da Comissão Permanente de Água da Bacia do Rio Okavango (OKACOM) em garantir uma gestão sustentável e compartilhada dos recursos hídricos, tendo em conta os projectos da organização.
Ao falar na abertura da 8ª Reunião Ordinária do Fórum de Ministros da OKACOM, que coincide com o 30º aniversário da criação da Comissão, o ministro afirmou trata-se de projectos como o da implementação do plano estratégico financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF), com vista a melhorar as condições de vida das comunidades, promovendo práticas de agricultura, conservação e pesca sustentável.
Segundo o ministro, existe outro projecto financiado pela União Europeia, focado no desenvolvimento de um sistema de apoio à decisão e fortalecimento de gestão integrada dos recursos hídricos, através do qual os países-membro beneficiaram de equipamento para a monitorização da hidrologia, incluindo barcos para actividades de pesquisa científica.
João Baptista Borges sinalizou, igualmente, estar em curso um projecto de pequenas subvenções para apoio aos meios de subsistência, assim como um fundo que está a dar passos nos seus objectivos operacionais e estratégicos, sendo uma alavanca na angariação de fundos de investidores na bacia, entre outros.
De acordo com o ministro, são projectos que demonstram a dinâmica e o comprometimento de todos os países envolvidos em garantir uma gestão sustentável e compartilhar dos recursos hídricos, em conformidade com a visão da OKACOM, que é o desenvolvimento economicamente próspero, socialmente justo e ambientalmente saudável da bacia do Cubango-Okavango.
Por sua vez, o governador da Huíla, Nuno Mahapi, augurou que a reunião fortaleça os laços de cooperação entre os três países, assim como o compromisso com o desenvolvimento sustentável da região.
Estados-membros reconhecem dinamismo da presidência angolana na OKACOM
Ao pronunciar-se na abertura, o ministro das Águas e Assentamentos Humanos do Botswana, Onneetse Ramogapi, frisou que durante a presidência de Angola, a OKACOM atingiu “grandes” resultados que devem ser saudados, além da contribuição que o país dá ao projecto.
O Botswana, disse o responsável, está engajado na cooperação e reconhece a indispensabilidade de apoiar os Estados a montante, na captação de água para o seu desenvolvimento, tendo em conta a sustentabilidade do ecossistema.
Para o director-geral da Comissão Nacional de Planeamento da Namíbia, Obeth Kandjoze, a reunião vem numa altura em que o seu país enfrenta desafios derivados das alterações climáticas e variabilidade pluviométrica, o que traz mudanças “drásticas” nos cursos hídricos partilhados, exacerbando e criando impacto na vida socioeconómica e ambiental.
Manifestou ser hora de reforçar a união e traçar estratégias para poder sustentar e proteger a utilização dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Cubango-Okavango, para o benefício de todos os Estados-membros, sem comprometer a sustentabilidade dos ecossistemas ribeirinhos. EM/MS