Nova Iorque -O encarregado de Negócios da Missão Permanante de Angola junto das Nações Unida, em Nova Iorque, João Gimolieca, afirmou na sede da ONU, que a mobilização de financiamento para os países em desenvolvimento continua a ser um desafio significativo para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O diplomata, que falava no Fórum sobre Financiamento para o Desenvolvimento, referiu que este desafio tem, igualmente, impacto na implementação da Agenda 2063:
A África que Queremos.
“Agora, vivemos em crises globais múltiplas e interconectadas e devemos abraçar a mudança tomando medidas imediatas para aumentar a cooperação para o desenvolvimento e os investimentos nos ODS, reformar a arquitectura financeira internacional, fortalecer a cooperação em políticas macroeconómicas e implementar acções para acelerar o desenvolvimento sustentável em apoio aos países em
desenvolvimento”, ressaltou.
Segundo João Gimolieca, Angola saúda os esforços feitos pelo Secretário-Geral da ONU para colmatar o défice de financiamento dos ODS e aguarda com expectativa novas discussões sobre a proposta de estímulo dos ODS.
O objectivo, afirmou, é abordar o elevado custo da dívida e os riscos crescentes do aumento da dívida soberana, para aumentar maciçamente o financiamento de longo prazo para o desenvolvimento e para expandir o financiamento de contingência para os países necessitados.
Para o diplomata, o financiamento climático novo e adicional para os países em desenvolvimento é extremamente importante para ajudar e apoiar a implementação de políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e para melhorar o acesso a esse financiamento climático.
Durante a sua intervenção, realçou ser urgente que os países desenvolvidos forneçam os meios de implementação necessários aos países em desenvolvimento para enfrentar as mudanças climáticas, incluindo financiamento concessional, pelo menos o dobro do financiamento de adaptação, bem como para finalizar a operacionalização do fundo de perdas e danos e facilitar a transferência total de tecnologia e assistência técnica necessária para transições justas.
Destacou que, apesar das vigorosas reformas implementadas ao longo dos últimos cinco anos pelo Governo, que criaram as condições necessárias para o desenvolvimento sustentável do país, Angola tem vivido sucessivos períodos de recessão económica, a que se somam os efeitos negativos das actuais crises sanitárias e tensões geopolíticas, que resultaram na deterioração dos indicadores
socioeconómicos.
Perante este quadro, adiantou, o Governo de Angola foi forçado a rever as suas estratégias de desenvolvimento, tendo definido três áreas prioritárias para o próximo Plano de Desenvolvimento 2023-2027, sendo a primeira o desenvolvimento do capital humano, com o objectivo de aumentar a produtividade.
Em segundo lugar, expansão e modernização da infraestrutura, para melhorar a mobilidade e terceiro, diversificação da economia, com foco na segurança alimentar.
O Embaixador enfatizou que o financiamento nessas três áreas é crucial para alcançar e cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Na sessão de abertura, na segunda-feira,17, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou ao grupo das maiores economias globais, G20, para um estímulo de pelo menos 500 mil milhóes de dólares por ano para que as economias em desenvolvimento atinjam as metas globais.
Durante quatro dias, o encontro de alto nível abordou as ameaças ao progresso sustentável. VM