Luanda - Angola defendeu, terça-feira, a necessidade de os Estados-Parte da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) acelerarem a sua implementação.
Ao falar em Niamey, Níger, na 17ª Cimeira Extraordinária sobre a Industrialização e Diversificação Económica em África, a secretária de Estado das Relações Exteriores, Esmeralda Mendonça, advogou a conclusão da primeira fase das negociações sobre as regras de origem, que estão estagnadas nos sectores essenciais das economias, como os têxteis, vestuários e automóveis.
Revelou que Angola apresentou ofertas nos segmentos do comércio de mercadorias e serviços da ZCLCA como sinal de engajamento do seu Governo na sua agenda de integração continental.
Uma nota do Ministério das Relações Exteriores de Angola chegada esta quarta-feira à ANGOP sublinha que secretária de Estado aproveitou o evento para prestar informações sobre a 10ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Organização dos Estados de África, Caraíba e Pacífico (OEACP), a decorrer de seis a 10 de Dezembro, em Luanda.
Por outro lado, o documento avança que, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, chega hoje a Niamey para representar o Presidente João Lourenço na Cimeira Extraordinária sobre a Industrialização e Diversificação Económica em África e sobre a Zona de Comércio Livre do Continente Africano, a acontecer sexta-feira (25 de Novembro).
A ZCLCA é um bloco africano que visa dinamizar o comércio entre os seus membros com a redução/eliminação das barreiras aduaneiras e acelerar a industrialização do continente.
Dos 55 países da União Africana, 38 ratificaram o acordo e 36 (com Angola incluída) depositaram os seus instrumentos de legislação.
Esses instrumentos regulam as normas de origem e destino, concepções tarifárias, legislação local e adaptação de procedimentos alfandegários para que o comércio possa começar.
Previsões do grupo Banco Mundial (BM) apontam que a implementação da ZCLCA poderia tirar numa primeira fase, 30 milhões de pessoas da pobreza extrema e outros 68 milhões da pobreza moderada até 2035.
Os ganhos deste acordo aduaneiro, segundo o grupo BM, poderiam atingir cifras de USD 450 mil milhões com âncora das reformas e integração a longo prazo.