Luanda - O ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, afirmou, esta quarta-feira, em Luanda, que o país vai contar com a experiência do Japão na produção de cereais e nas políticas de proteção aos produtores, no quadro das medidas do reforço da produção nacional com vista a segurança alimentar.
Em breves declarações à imprensa, à saída de uma audiência concedida ao ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Nishimura Yasutoshi, o governante angolano considerou que, para além da produção, é fundamental que os produtores nacionais de arroz tenham a primazia no abastecimento do mercado interno.
Segundo Mário Caetano João, durante o encontro com seu homólogo japonês foi abordado a questão do fomento das startups, a partir de incubadoras e impulsionar e promover as startups para que possam contribuir efectivamente para reduzir o desemprego nas zonas urbanas.
No encontro de 50 minutos, o titular da pasta do MEP avançou que uma abordagem sobre sector da educação esteve à mesa, e as partes salientaram a necessidade do fortalecimento do capital humano, usando tecnologias de informação.
"De um modo geral, abordamos a participação da economia japonesa no crescimento de Angola, fundamentalmente na importação de tecnologia, uma vez que entendemos que a balança comercial e financeira estão aquém do potencial dos dois Estados", enfatizou Mário Caetano João.
Por sua vez, o ministro nipónico da Economia, Comércio e Indústria, Nishimura Yasutoshi, disse que a sua visita surge na sequência da visita do Presidente João Lourenço ao Japão, a par do fórum de negócios dos dois países, que se realizou no transacto mês de Março.
" Daí que, durante esta minha visita à Angola vamos assinar um acordo de protecção mútua aos investimentos", sublinhou aquela entidade japonesa, salientando que veio a Angola no intuito de reforçar e materializar as conversações entre os dois chefes de governos,
O ministro nipónico considera Angola um país importante para as relações bilaterais com o seu país, por este facto as 26 empresas japonesas operam em território nacional, para dar o efectivo impulso para o fortalecimento das relações entres os dois países.
Para o efeito, o dirigente japonês afirmou que o seu Governo vai apoiar estas empresas na materialização dos vários projectos em curso em Angola.
Os dados indicam que a balança comercial entre os dois países está cifrada em 597 milhões de dólares.
Entre 2020 e 2022, as exportações angolanas para o Japão fixaram-se em 108 milhões de dólares e importações de 489 milhões de dólares, com um saldo comercial de 380 milhões desfavorável a Angola.
No centro dessas transações comerciais, estão da parte de Angola, exportações do petróleo bruto, gás propano e butano, e importações constituídas em veículos, auto-peças, materiais de transporte, máquinas, aparelhos, plásticos, borracha, ferro e aço.
A cooperação entre Angola e o Japão iniciaram em 1988 como Ajuda de Emergência, por via do UNICEF, onde posteriormente, o Japão passou a realizar assistência nas áreas de desminagem, reinserção social de ex-soldados e reintegração de refugiados.
No quadro da reconstrução nacional de Angola, o Japão tem estado a realizar assistência, no âmbito de organizações internacionais, em segmentos como ajuda alimentar e assistência aos agricultores e combate à pobreza.
O apoio do Japão estende-se, igualmente, à assistência ao repatriamento de refugiados, instalações de abastecimento de água, construção de escolas primárias, rede de comunicação e portos.
No sector da Saúde, o Japão doou, desde 1996, 40 milhões de dólares para a reabilitação e equipamento do Hospital Josina Machel, no domínio económico, auxílio a operações experimentais nas áreas de desenvolvimento de cultivo de arroz e de formação profissional.OPF/PPA