Luanda – Angola conheceu, no primeiro trimestre de 2024, o maior crescimento económico dos últimos nove anos, com o abrandamento sucessivo da inflação.
De acordo com um relatório do Governo, este desempenho resulta do efeito da estabilidade da taxa de câmbio, da retirada gradual da subvenção aos combustíveis e da actualização dos preços dos transportes públicos.
Outro factor apontado no documento prende-se com o aumento da oferta de bens de produção nacional, tal como reflectido no Produto Interno Bruto (PIB), que registou a sua maior taxa de crescimento, desde 2015, com 4,6%.
O documento acrescenta que, nos últimos anos, a economia angolana tem demonstrado “uma resiliência assinalável”, superando adversidades impostas pelo contexto nacional e internacional, tendo merecido elogios do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Esse desenvolvimento representa “uma reviravolta significativa”, especialmente em face das anteriores previsões pessimistas em torno das reformas implementadas pelo Presidente João Lourenço e sua equipa económica.
O relatório recorda que, nos últimos anos, vários estudiosos e analistas previram o “colapso iminente” da economia nacional, com base em conjecturas “que não se concretizaram”.
Considera que tais previsões, muitas vezes acompanhadas de “cenários apocalípticos”, não tiveram em conta a capacidade de adaptação e a eficácia das políticas adoptadas pelo Governo.
Lembra ainda que FMI reconheceu publicamente a superação dos choques económicos enfrentados por Angola, em 2023, destacando a elegância com que a economia do país lidou com essas dificuldades.
Esse reconhecimento vem validar e reforçar a estratégia de diversificação económica, em curso no país, e nos procedimentos de gestão da dívida e políticas fiscais prudentes, em desenvolvimento, acrescenta o documento.
Crescimento e dívida pública
O PIB de Angola cresceu 5%, em 2023, esperando-se que atinja os 6%, este ano, com o contributo dos sectores da Agricultura, da Mineração e da Indústria.
Enquanto isso, a taxa de inflação sofreu uma redução de 18%, em 2022, e 12% no ano seguinte, projectando-se 10% para 2024, num desempenho em que foram cruciais as medidas de políticas monetárias restritivas e o controlo dos preços de bens essenciais adoptadas pelo Executivo.
Por seu turno, a reestruturação da dívida angolana foi concluída com sucesso, reduzindo-se a sua carga em 10%, ao passo que a dívida externa foi renegociada, resultando em termos mais favoráveis para o país.
As reservas internacionais líquidas aumentaram para 10 mil milhões de dólares americanos, em 2023, proporcionando uma maior estabilidade económica.
No domínio do emprego, a taxa de desemprego caiu de 30%, em 2022, para 25%, em 2023, período em que foram criados 100 mil novos empregos, particularmente nos sectores agrícola, industrial e de infra-estrutura.
Investimentos e infra-estrutura
Em 2023, Angola conseguiu atrair 1,5 mil milhões de dólares americanos em investimentos estrangeiros directos, sendo os sectores da infra-estrutura, da mineração e da energia, os maiores beneficiários.
Neste domínio, foram construídos dois mil quilómetros de novas estradas, em 2023, com um investimento total de mil milhões de dólares americanos, tendo o sector da construção criado 40 mil novos empregos.
Nos sectores da saúde e educação, foram investidos 600 milhões de dólares para a melhoria de hospitais e centros de saúde, resultando no aumento da expectativa de vida para 62 anos.
O relatório destaca ainda que o sector da educação beneficiou 400 milhões de dólares, para a construção de novas escolas e a capacitação de professores, elevando a taxa de alfabetização para 85%.
O reconhecimento das conquistas económicas de Angola pelo FMI não apenas refuta as previsões negativas, mas também ressalta a importância de liderança visionária e trabalho árduo, refere o documento.
Acrescenta que a resiliência demonstrada pela economia angolana serve de exemplo para outras nações que enfrentam desafios similares.
Com políticas macroeconómicas prudentes e reformas estruturais contínuas, Angola tem um caminho promissor para um crescimento sustentável, sublinha o relatório, considerando que a superação das dificuldades e o reconhecimento internacional são motivos de celebração e reflexão sobre a eficácia das estratégias adoptadas pelo Governo. OPF/IZ