Luanda - O mundo assinala hoje (10 de Março) o Dia do Telefone, um importante meio de comunicação global que existe em Angola desde 1885, mas que regista muitos desafios relativos à melhoria do sinal, nos últimos tempos, com quebras constantes.
Esta data surge em homenagem a invenção do desenvolvedor escocês, Alexander Graham Bell, que em 1876 fez a primeira transmissão oficial de uma comunicação via telefone.
Dados oficiais indicam que Angola tem como marco do sector das comunicações, o facto de em 1885, no período colonial, ter sido instalado os primeiros 50 telefones e, em 1951, a inauguração de circuito telefónicos e telégrafos entre Luanda (Angola) e Lisboa (Portugal).
Na actualidade, com o número aproximado de 32 milhões de habitantes, Angola tem uma estástica de sete milhões de usuários dos serviços fixos e perto de 15 milhões para os móveis.
Sabe-se que este sector das telecoumicações trabalha na melhoria dos cabos submarinos, da rede da fibra óptica e de micro-ondas, além de estar conclusão, com a República da Rússia, a construção do Angosat-2.
Com as reformas que o Executivo angolano vem fazendo em todos segmentos da economia nacional, em 2020 foi inaugurado a primeira fábrica de montagem de telefone em Luanda, por formas a facilitar o acesso aos telefones digitais e analógico.
Enquanto se fazem investimentos para consolidar as comunicações no país, os utentes de telefonia, nos tempos que correm, queixam-se ainda de várias interrupções do sinal.
"As dificuldades no sinal, nos últimos tempos, têm sidos frequentes, desde chamadas a simples envio de mensagens", indica Samuel Bento.
Para Pedro Miguel, cliente da rede Movicel, os serviços de telefonia estão difíceis, pelo que espera das operadoras em Angola uma melhor informação aos clientes.
Kambinga Joaquim diz que por vezes se fica horas sem comunicação, perdendo assim negócios, contratos, até informações entre família e empresa.
"Estamos aflictos com essa situação, pois não informam exactamente o que se passa”, assevera.
Neste contexto, o director geral da operadora Unitel, Miguel Geraldes, esclareceu, recentemente, que as constantes quebras de sinal tem a ver com um problema nos softwares de gestão dos sistemas de voz e de Internet.
Tendo em conta os trabalhos de melhoria no sistema, explicou que, por vezes ocorre um “Bug” (problema no sistema), como o que se verificou nos dias 17, 26 e 27 do corrente mês.
Conforme estudos, a história das comunicações em Angola começou em 1798, na era do governador-geral da então colónia, António de Melo, com a emissão, pelo reino de Portugal, do alvará para o estabelecimento dos Correios e da publicação do seu regulamento.
Depois de mais de um século e meio (177 anos) de efectivação, no meio de avanços e inovações, o sector iniciou, em 1975, “profunda revolução e modernização”, com a conquista da independência nacional de Angola, a 11 de Novembro do mesmo ano.
Desde então, as autoridades angolanas assumiram as “rédeas do jogo”, criaram, em 1999, o Instituto Angolano das Telecomunicações (INACOM) e introduziram, de forma gradativa, técnicas e tecnologias de ponta, como serviços e soluções para as telecomunicações, a partir de cabos de fibra óptica, via satélite, internet e outros sistemas.
Cronologia de factos relevantes
Em 1992, foi constituída a actual Angola-Telecom, empresa pública estatal surgida da fusão da EPTEL e da ENATEL, actualmente vocacionada, exclusivamente, aos serviços de telefonia fixo, depois de, até 2000, ter tido o monopólio das telecomunicações no país.
No ano de 1999, o Governo decide, no âmbito da delimitação das funções e competências políticas, da libertação e regulação do mercado, criar o Instituto Angolano das Telecomunicações (INACOM), resultante da antiga Direcção Nacional de Correios e Telecomunicações.
Trata-se do órgão regulador do sector, actualmente adstrito ao Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.
Em 2001, no mês de Abril, entra em cena o primeiro operador privado de telefonia móvel, a Unitel, dispondo, actualmente, de uma gama de serviços e planos.
Trata-se de uma empresa de direito angolano que está presente nas 18 províncias de Angola, com cerca de 11 milhões de clientes.
Apesar de operar no mercado angolano desde 2001, com a tecnologia GSM 900, a mesma foi constituída em 1998. Actualmente opera em GSM 1800.
Em 2002, a 12 de Setembro, seis meses após o advento da paz, Angola ganha a segunda operadora de telefonia. Trata-se da Movicel, uma empresa de telecomunicações móveis, sediada na cidade de Luanda.
A sua designação oficial é Movicel Telecomunicações SA.
Conta com as tecnologias CDMA 1x, que é 3G (terceira geração), e GSM, umas das mais avançadas nos países da África Austral, e um mínimo de 3 milhões de clientes.
No ano passado, 2021, em 3 de Fevereiro, a Africell formalizou, junto do Governo angolano, a sua posição de terceira operadora de telefonia móvel privada em Angola e quarta, no geral, depois da Angola Telecom, da Unitel e da Movicel.
É dado assente que a comunicação por telefone foi uma das invenções mais importantes para o século XX, fazendo com que o mundo se tornasse muito mais “pequeno” e acessível para todas as pessoas.
Os telefones têm grande influência na vida das pessoas, praticamente ninguém consegue viver “sem” este dispositivo revolucionário.
Pelo menos 5,1 bilhões de pessoas em todo o planeta fazem uso do telefone.