Luanda - A República de Angola vai acolher a experiência do Egipto para a construção de infraestruturas hidráulicas, para mitigar os efeitos da seca na região sul do país.
Trata-se das regiões que são ciclicamente afectadas com a seca, com destaque para as províncias do Cuando Cubango, Cunene, Huíla, Benguela.
De acordo com o ministro da Energia e Àguas, João Baptista Borges, que assinou, esta quarta-feira, em nome do Governo angolano, o Memorando de Entendimento com o Ministério dos Recursos Hídricos e Irrigação do Egipto, para a assistência técnica sobre águas subterrâneas, referiu que o país Árabe tem experiência neste domínio de construção de obras de engenharia ligadas à infra-estruturas hidráulicas.
Da parte egípcia, o documento foi assinado pelo ministro das Relações Exteriores do Egipto, Sameh Shoukry.
A título de exemplo, João Baptista Borges lembrou que o Egipto tem o rio Nilo como único recurso hídrico, mas prática uma agricultura de irrigação e tem um sistema de abastecimento de água bem sucedido.
Uma vez que Angola já coopera com o Egipto no domínio da electricidade, nomeadamente no domínio da formação e realização de obras, o Memorando de Entendimento vem reforçar a cooperação, segundo o governante angolano.
Desta vez, Angola decidiu abraçar as obras hidráulicas no abastecimento de água, buscando a experiência que o Egipto tem na construção de infra-estruturas, além da capacitação e transmissão de conhecimento aos técnicos angolanos.
" Estamos a expandir a infra-estrutura de abastecimento de água, não só nas cidades como na construção de infra-estruturas de combate à seca", asseverou.
João Baptista Borges considera importante que os técnicos estejam capacitados e o Egipto vai, naturalmente, prestar assistência técnica, com base no Memorando assinado.
Segundo o responsável, os técnicos nacionais ja têm participado em acções de capacitação que o Egipto tem realiza, com o enviado técnicos ao país Árabe.
" No fundo, este Memorando sela o compromisso que hoje já se verifica", sublinhou, sustentando que se pretende expandir para área de construção de infra-estrutura hidráulica, trazendo o conhecimento das empresas egípcias.
" Temos programa no país de combate aos efeitos da seca e este é poderá ser melhor resolvido, se formos buscar a experiência de Egipto, que enfrenta problemas como o nosso", justificou.
O acordo vai abranger a parte sul do país, com o aproveitamento das águas subterrâneas e superficiais.
A assinatura do Memorando de Entendimento foi testemunhado pelo Presidente da República, João Lourenço, e o seu homólogo egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, que efectou uma visita de 48 horas ao país, no quadro de um periplo que efectua em alguns países africanos.
As relações de cooperação político- diplomática e de amizade entre Angola e o Egipto foram formalizados aos 18 de Fevereiro de 1976. Desde então, as relações sempre foram caracterizadas de excelentes, com um elevado nível de concertação nos assuntos de âmbito bilateral e multilateral.NE/AC