Washington (Dos enviados especiais) - Angola participou, esta segunda-feira, em Washington, Estados Unidos da América, num Fórum Económico, para partilhar oportunidades de negócios e promover a imagem do país.
O evento, promovido pela Câmara de Comércio Estados Unidos e pelo Banco Mundial, decorreu no quadro da Cimeira de Líderes EUA-África, que se realiza de 13 a 15 deste mês.
Sob o lema "Angola, Presente e Futuro", a iniciativa reuniu homens de negócios dos EUA, de Angola e de alguns países africanos, que conheceram as medidas implementadas pelo Executivo para melhorar o ambiente de negócios.
Durante o encontro, a delegação angolana partilhou os principais ganhos registados nos últimos anos e a visão do Governo para o próximo quinquénio (2022-2027).
Temas como o repatriamento de capitais, aumento da promoção dos programas do Executivo angolano e a necessidade de partilha de experiências estiveram no centro das preocupações dos empresários americanos.
Ao intervir no evento, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, informou que, entre 2017 e 2021, as importações registaram, em média, uma contracção de 2,7 mil milhões de dólares americanos.
Conforme o governante, isso deve-se à flexibilização da política cambial, da depreciação do kwanza e da redução da difusão da taxa de câmbio, bem como das acções do PRODESI.
Em relação à balança fiscal, disse que, para o ano 2022, os dados preliminares mostram um superavit geral de 2,7 por cento do PIB e um superavit fiscal primário de 4,9 por cento do PIB.
Para 2023, adiantou, espera-se um saldo positivo geral de 0,9 por cento do PIB, como resultado dos fluxos mundiais das receitas fiscais superiores às despesas.
No que toca ao stock da dívida pública em % do PIB, o ministro disse que aumentou no período 2017-2020, de 65,9 por cento para 133,8.
Contudo, acrescentou, esse stock diminuiu para 82,9 por cento, em 2021, esperando-se que, até finais de 2022, baixe para 56,1 por cento.
Para o ano de 2023, Mario Caetano João anunciou que o país continuará a implementar medidas para preservar a sustentabilidade das finanças públicas, a curto e médio prazos.
Quanto à evolução da taxa de câmbio, afirmou que revelou uma depreciação acentuada do Kz contra o USD, no período de 2017 a 2021, esperando-se que essa tendência venha a ser invertida em conformidade com as estimativas de 2022.
A esse respeito, o ministro disse que se prevê una desvalorização ligeira, em virtude do abrandamento dos preços do petróleo no ano de 2023.
Por sua vez, a ministra das Finanças, Vera Daves, falou aos empresários sobre as estratégias do Executivo para a melhoria do ambiente de negócios.
Em declarações à imprensa, no final do encontro, explicou que o fórum, além de divulgar a imagem de Angola, visou perceber as principais preocupações dos empresários dos EUA.
A governante disse ter tomado boa nota das preocupações e prometeu convidar os empresários a irem a Angola conhecer as empresas que operam no país e as oportunidades de negócios.
Quanto à visão do Banco Mundial (BM) sobre a economia angolana, disse ser positiva, sublinhando que foram valorizadas as reformas em curso em Angola.
Conforme a ministra, o BM desafiou as autoridades angolanas a continuar a investir nos sectores da energia, água e infra-estruturas de comunicação, focando-se em fontes limpas de energia eléctrica.
De igual modo, disse, aquela organização financeira encorajou à aposta do país na agricultura familiar.
Sobre a visão do Director do BM para Angola, Burundi, República Democrática do Congo e São Tomé e Príncipe, Albert Zeufack, disse ter saudado os esforços das autoridades de Angola para fomentar no país a agricultura famimiar.
Disse que aquele responsável encorajou o Governo a investir na agricultura comercial, a fim de aumentar a escala e quantidade produzida, para o consumo interno e para a exportação.
De igual modo, referiu, destacou a importância do país continuar comprometido com as reformas do sector empresarial público, a fim de torna-lo mais eficiente e diminuir a possibilidade de ser passivo do Estado.