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Angola assina acordos para ligação ferroviária com a Zâmbia

     Economia              
  • Luanda • Quarta, 25 Setembro de 2024 | 11h52
Locomotivas do CFB
Locomotivas do CFB
José Honório-ANGOP

Luanda - O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, assinou esta terça-feira, em Nova Iorque, os acordos de concessão para o financiamento, construção, propriedade e operação do projecto ferroviário que visa estabelecer a ligação entre Angola e a Zâmbia.

O acordo visa igualmente operacionalizar o Corredor do Lobito no seu todo.

Segundo um comunicado do Ministério dos Transportes a que a ANGOP teve hoje acesso, os acordos foram rubricados com a Africa Finance Corporation (AFC) e o Governo da Zâmbia, representado pelo seu ministro dos Transportes, Frank Tayali.

Citado na nota, o governante angolano sublinhou que o país “tem o prazer de estabelecer uma parceria com a Africa Finance Corporation neste projecto transformador, que vai aprofundar o papel de Angola enquanto centro logístico regional e impulsionar o comércio não só com a Zâmbia, mas com o resto do mundo”.

O referido projecto prevê a construção de uma linha ferroviária inteiramente nova, de aproximadamente 800 quilómetros, para ligar o Caminho-de-Ferro de Benguela, em Luacano (Angola), à já existente linha ferroviária da Zâmbia, em Chingola.

Esta ligação é fundamental para a existência de um corredor comercial que facilite a circulação eficiente de mercadorias e promova investimentos na agricultura, electricidade, na mineração, saúde e infra-estruturas digitais, de acordo com o documento.

O corredor do Lobito é a rota mais curta para as exportações e importações, ligando as principais regiões mineiras, os pólos agrícolas e as empresas da Zâmbia e da República Democrática do Congo (RDC) ao Porto do Lobito, como uma rota estratégica alternativa para os mercados internacionais de exportação desses dois países africanos.

Prevê-se que a linha férrea, a construir no âmbito dos acordos assinados, crie benefícios económicos de aproximadamente três mil milhões de dólares para ambos os países, reduza as emissões atmosféricas em cerca de 300.000 toneladas por ano, e crie mais de 1.250 postos de trabalho durante a sua construção e as operações.

A  Africa Finance Corporation (AFC) é a promotora líder do projecto ferroviário Zâmbia-Angola (Lobito), em colaboração com o Governo dos Estados Unidos, a União Europeia, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), e os governos de Angola, da República Democrática do Congo e da Zâmbia.

Após a assinatura dos acordos de concessão, a AFC assinou também um outro para receber um financiamento de dois milhões de dólares da Agência de Comércio e Desenvolvimento dos Estados Unidos (USTDA), para a conclusão dos estudos ambientais e sociais do projecto.

Isto facilitará avaliações de impacto ambiental e social abrangentes para garantir que o projecto ferroviário Angola (Lobito) - Zâmbia esteja alinhado com as melhores práticas e padrões ambientais internacionais.

Quanto a este acordo, refere o documento, Ricardo de Abreu congratulou-se, uma vez que “Angola tem muito a ganhar em termos de oportunidades de investimento e de reputação se em cada um dos seus projectos estruturantes seguir e implementar as melhores práticas internacionais no domínio da protecção ambiental”.

Os acordos foram assinados durante uma cerimónia organizada pelo Secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken, e pela Parceria do G-7 para Infra-estrutura e Investimento Global (PGI) da Administração Biden, à margem da 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU, que decorre em Nova Iorque. VC

 





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