Luanda - O presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), Armando Manuel, apontou este sábado, em Abuja (Nigéria), a digitalização dos negócios, electrificação e a facilitação do comércio como caminhos da cadeia de valor para gerar desenvolvimento de infra-estruturas em África.
Armando Manuel falava durante a reunião do Caucus Africano de 2024, sobre a facilitação do Comércio Intra-Africano para catalisar o desenvolvimento sustentável do continente, segundo uma nota da Embaixada de Angola na Nigéria, Benin, Níger e CEDEA enviada hoje à ANGOP.
Durante o evento, refere o documento, o angolano proferiu ainda uma palestra sobre a análise dos impactos da digitalização no desenvolvimento económico dos países africanos, num contexto de tensões geopolíticas e impacto das mudanças climáticas.
A delegação angolana ao evento integrou o administrador executivo do BNA, Miguel Bartolomeu Miguel, os directores nacionais de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento do Ministério do Planeamento, Gil Henriques, e do Gabinete de Estudos, Planeamento e Relações Internacionais do Ministério das Finanças, Patrício Neto, e o embaixador na Nigéria, José Bamóquina Zau.
O Caucus é uma reunião dos governadores africanos junto do grupo do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central dos Países Africanos, dos ministros das Finanças e da Economia.
A reunião foi presidida pelo ministro das Finanças da Nigéria, Adebayo Olawale Edun, que traçou caminhos de consenso para impulsionar o comércio intra-africano e uma arquitectura financeira pan-africana mais ajustada ao contexto do continente.
O Caucus definiu posição africana de consenso para as reuniões das instituições do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, a realizar-se em Outubro próximo, em Washington, Estados Unidos da América.
O evento centrou as suas discussões no fortalecimento dos ecossistemas de pagamentos pan-africanos, para o desenvolvimento integrado, a facilitação do comércio e a integração regional em África, entre outros assuntos. A Nigéria manifestou a intenção de sediar o Banco Central Africano, pelo que pediu apoio do continente.
Foram destacados alguns caminhos principais para impulsionar o comércio intra-africano, como fortalecimento do ecossistema de pagamento pan-africano, melhoria do acesso à energia, acessibilidade e conectividade em conformidade com a Agenda 2063 da União Africana.
Apelaram ao FMI e ao Banco Mundial para que a garantia de apoio aos países membros continue a ser guiada por princípios de equilíbrio e imparcialidade, tendo aceitado o desafio de fortalecer o ecossistema de pagamento africano, por meio da harmonização das regras de negociação, bem como os ciclos de liquidação e taxas de listagem nas principais bolsas da África.
Os participantes decidiram acelerar a integração financeira, com o objectivo de aumentar a diversificação da alocação de activos em todas as geografias e sectores, abordar os desafios de liquidez que têm restringido consistentemente a promoção do comércio e investimento africanos.
Optaram em aproveitar a tecnologia "blockchain" e a inteligência artificial no sistema de pagamento, para melhorar a sua eficiência e reduzir intermediários nos processos.
Reconheceram a necessidade urgente da implementação do sistema Pan-Africano de Pagamento e Liquidação (PAPSS), para facilitar o comércio intra-africano, aumentar a inclusão financeira e promover o desenvolvimento sócio-económico. SJ/VC