AITECA quer maior reflexão sobre a economia nacional  

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  • Luanda • Segunda, 13 Maio de 2024 | 21h40
Estado vendeu também indústrias têxteis no âmbito do seu programa de privatização de activos e participações
Estado vendeu também indústrias têxteis no âmbito do seu programa de privatização de activos e participações
Clemente do Santos

Luanda - O presidente da Associação das Indústrias Têxteis, Confecções e Calçados de Angola (AITECA), Luís Contreiras, considerou, esta segunda-feira, em Luanda, fundamental que se faça uma reflexão profunda sobre factores que afectam o crescimento da economia nacional.

O empresário falava durante um encontro sobre oportunidades de negócios na área de confecção, promovido pelo Ministério da Indústria e Comércio, que teve como um dos temas em abordagem “o agravamento das taxas aduaneiras em vigor no país”.

Realçou os esforços empreendidos pelo Governo para a consolidação do sector industrial, tendo defendido uma análise sobre quem se beneficia da venda de produtos importados e quais são as oportunidades e benefícios que traz para os angolanos.

Segundo o líder associativo, uma visão holística, por parte de todos, sobre os gastos em importação de bens já produzidos localmente poderá encontrar um enquadramento para aproveitar a grande oportunidade que “temos como nação de desenvolver o sector produtivo nacional, apesar dos constrangimentos”.

Luís Contreiras sublinhou as medidas aplicadas com o agravamento das taxas, tendo em vista salvaguardar a produção e o consumo de produtos a nível interno.

Na sua opinião, os esforços a serem empreendidos e ultrapassados poderão beneficiar o desenvolvimento económico do país através da indústria, geração de empregos e oferta de produtos feitos localmente, contribuindo para a redução da taxa de inflação, criação de capacidade para exportação pelo corredor de Lobito, entre outros benefícios.

“Na qualidade de representante dos produtores nacionais, compreendemos a aflição dos distribuidores e comerciantes do produto final ao verem os preços dos seus produtos agravados devido ao aumento das taxas aduaneiras, aliado ao aumento da taxa de câmbio e da taxa de inflação”, disse.

Indústrias têxteis

Referiu que o país conta já com investimentos significativos no sector, como as três grandes indústrias têxteis verticalizadas, localizadas em Luanda, Dondo, na província do Cuanza-Norte, e Benguela.

De igual modo, frisou, conta-se cerca de 95 fábricas de confecções de vestuário e calçado de médio e pequeno porte, entre Luanda, Sumbe, Benguela, Huambo e Malange, e mais de 500 micro unidades entre ateliers, alfaites e outras por todo território nacional.

O sector gera cerca de 10.020 empregos directos e mais de 20.000 indirectos, desde a produção de algodão, vestuário, calçado, distribuição e comerciantes do produto final.

O líder associativo enfatizou que a Textang II está completamente operacionalizada e tem distribuído tecidos de qualidade ao mercado, tendo ainda na capital do país uma fábrica de produção de tecidos de malha e outra de curtumes.

Por outro lado, fez referência a produção do ano transacto, durante o qual foi produzido um total de 34 388.700 peças de vestuário, o que representou um aumento de 93% relativamente aos anos anteriores.

O presidente da AITECA solicitou que o sector têxtil de confecções nacional seja inserido no grupo de actividades prioritárias, sendo-lhe alocado junto do BNA um valor para aquisição de divisas, destinado à importação de matéria-prima e acessórios para sustentar a produção nacional.

Enquadrado nos esforços tendentes a impulsionar o sector, o encontro, orientado pelo ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguens, reuniu vários intervenientes na actividade têxtil, desde produtores de tecido, confecções de vestuário, de calçado, distribuidores de matéria-prima e comerciantes do produto final. VC

 

 

 



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