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AIA destaca flexibilidade do OGE 2024

     Economia              
  • Luanda • Sexta, 17 Novembro de 2023 | 14h20
José Severino, presidente da AIA (Arquivo)
José Severino, presidente da AIA (Arquivo)
Francisco Miúdo-ANGOP

Luanda – O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, destacou hoje, em Luanda, a flexibilidade da proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) 2024, contendo muito mais orientação para o apoio do Estado ao desenvolvimento económico.

Falando aos jornalistas na Assembleia Nacional, à margem do encontro com parceiros sociais, no âmbito do processo de apreciação, discussão e votação do OGE, frisou que há uma maior abertura da parte do Governo (Ministério das Finanças) que reforçou os fundos ligados a instituições do Estado como o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA) e outros.

José Severino fez saber que a AIA apresenta propostas para melhorar o ambiente de negócio e criar mais empregos no país, mas o Governo tem que ter uma política mais abrangente no todo nacional, “cada região tem as suas particularidades, numa região montanhosa não posso fazer cereais, mas posso fazer café e cacau”.

José Severino aponta que existe “cerca de 20 mil empresas que saíram do circuito formal, porque o sistema contabilístico ligado ao IVA é muito complicado”.

A Proposta de OGE 2024, entregue ao Parlamento em 31 de Outubro, apresenta um  total de 24,7 biliões de Kwanzas, sendo que 14,7 biliões corresponde à despesa fiscal, incluindo juros da dívida, e os outros 10 biliões destinam-se às despesas financeiras relacionadas com o reembolso da dívida, num montante de 9,7 biliões, e capitalizações no montante de 300,4 mil milhões de kwanzas.

Quanto às alocações funcionais da despesa, o orçamento é marcado por um elevado serviço da dívida, concentrando cerca 57,8% do total da despesa orçamental, com um montante total de Kz 14,3 biliões, segundo o Relatório de Fundamentação.

O relatório refere que o sector social concentra a segunda maior fatia do orçamento, com um peso de 20,1%  (Kz 4,9 biliões), seguido dos Serviços Públicos Gerais, com 9,0% (Kz 2,2 biliões, Defesa, Segurança e Ordem Pública, com 7,1% (Kz 1,7 bilião) e o sector Económico (Kz 4,9%).

A proposta do OGE 2024 contará ainda com recursos para apoio à iniciativa privada, visando dinamizar a economia, através de um pacote financeiro no valor de Kz 477,26 mil milhões, dos quais Kz 147,26 mil milhões para a capitalização de instituições financeiras do Estado vocacionadas para a concessão de crédito à economia nacional.

Estarão ainda disponíveis Kz 330,00 mil milhões para a emissão de garantias soberanas de promoção de investimento privado.

A proposta de Orçamento Geral do Estado 2024 traz um saldo fiscal global superavitário de 17,4 mil milhões de kwanzas, correspondente a 0,02% do Produto Interno Bruto (PIB), em resultado das receitas e despesas fiscais de 20,08% e 20,06%, respectivamente.

Prevê-se criar um saldo primário positivo na ordem dos 6,2% do PIB e a implementação do compromisso de reduzir o défice primário não petrolífero, previsto para 4,1%, dentro do limite de 5% estipulado pela lei de sustentabilidade das finanças públicas, bem como  a redução do rácio da dívida governamental para 69,2% do PIB, contra a expectativa de fecho nos 79,9% em 2023.HEM/AC



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