Lubango - O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, considerou hoje, sexta-feira, "conveniente, corajosa e oportuna" a decisão do Executivo em retirar gradualmente o subsídio à gasolina.
Ao reagir à medida que entrou em vigor hoje, sexta-feira, o responsável afirmou ser "adequada", uma vez que os subsídios aos combustíveis, a cada 10 anos, totalizavam perto de 12 mil milhões de dólares.
Em entrevista à Rádio Huíla, do Grupo RNA, declarou que com esse valor o Estado poderia ter construído barragens e aquedutos para fornecer mais energia e minimizar o problema da seca no sul de Angola.
A título de exemplo, disse que a barragem do Ruacaná, no Cunene (fronteira de Angola-Namíbia), já poderia ser construída e não seria preciso buscar energia de tão longe, rio Cuanza, mitigando os problemas da seca e a fome na região.
Reforçou ter sido uma decisão "ousada e vantajosa" que o Executivo tomou para poder canalizar a verba e implementar mais projectos sociais.
A medida anunciada na quinta-feira pelo Executivo, não abrange os taxistas e moto-taxistas, que vão continuar a pagar 160 kwanzas pelo litro de gasolina, mediante um cartão para isenção dos mesmos ao novo preço da gasolina.
Os restantes derivados do petróleo, como o gasóleo, petróleo iluminante ou de cozinha, vão manter os preços actuais.
O processo de retirada gradual dos subsídios dos combustíveis em Angola vai decorrer até 2025, período estimado para o término da subvenção total da gasolina e do gasóleo. O preço real da gasolina passará para Kz 530, sem contar com nenhuma subvenção do Estado. EM/MS