Lobito - A Administração Geral Tributária tem implementado várias iniciativas tecnológicas, estruturas, melhorado processos e procedimentos, para estar à altura do movimento do Corredor do Lobito, soube, esta sexta-feira, a ANGOP.
Esta informação foi prestada à ANGOP pelo director da Quarta Região Tributária, Paulo João, a propósito da realização, em Benguela, da cimeira sobre o Corredor do Lobito, com a participação dos presidentes dos Estados Unidos da América, República Democrática do Congo (RDC), Zâmbia e Tanzânia, no princípio de Dezembro.
O gestor prevê o reforço do controlo aduaneiro e o aumento da arrecadação de receitas tributárias, que são missões da instituição.
Destacou a melhoria e modernização de alguns sistemas de informação, tais como a Digitalização, incluindo a implementação de plataformas digitais para facilitar a declaração e o pagamento de impostos.
"Temos também a automação de processos tributários que ajuda a reduzir erros e aumentar a eficiência na arrecadação", explicou.
Sobre a capacitação e formação de funcionários, disse que a AGT tem apostado na formação contínua, de modo a garantir que estejam actualizados sobre as melhores práticas e legislações fiscais internacionais.
Paulo João referiu-se também sobre melhorias dos procedimentos ligados ao trânsito e desembaraço aduaneiro de mercadorias.
A propósito, disse haver sensibilização dos contribuintes que lidam com operações do comércio internacional e operações internas, para conhecimento da legislação e dos procedimentos para o cumprimento devido das obrigações tributárias, entre outras.
"A nível dos terminais portuários recentemente concessionados, estão a ser criadas condições para o funcionamento de postos de controlo aduaneiro permanentes, com as condições necessárias para o momento que surgir a nível marítimo, ferroviário e também no Aeroporto da Catumbela", esclareceu.
Na sua opinião, caso isso se concretize, Angola poderá ter uma economia mais forte, que poderá gerar mais emprego e com isso o aumento do poder de compra dos cidadãos.
"Isso poderá traduzir-se em mais arrecadação para os cofres do Estado, sem afastar o crescimento e possível desenvolvimento. Poderá ocorrer ao longo da linha que liga o Corredor do Lobito", afirmou.
Questionado sobre a capacidade dos empresários angolanos em aproveitar a oportunidade de investimento no Corredor, Paulo João defende que eles devem ser mais “agressivos e incisivos" nos seus investimentos, lançando inclusive uma perspectiva optimista para internacionalização e assim tornarem-se fortes e competitivos.
"A aposta no capital humano mais preparado será fundamental para um melhor desempenho e desafios do mercado", sugeriu.
Na sua visão, para que o empresariado angolano não fique atrás dos seus homólogos internacionais é fundamental adoptar uma série de atitudes estratégicas e proactivas.
Avançou algumas recomendações tais como adoptar novas tecnologias nas suas actividades e processos, uso de ferramentas de gestão modernas, colaboradores especializados por cada sector e o domínio de línguas.
"Investir na formação contínua dos colaboradores, garantindo que a força de trabalho esteja capacitada e adopte as melhores práticas e tendências do mercado internacional de trabalho e negócios", afirmou.
Acrescentou, entre outros assuntos, que devem igualmente investir no domínio das políticas de comércio e legislação tributária nacional e regional para tirar ganhos.
Referindo-se sobre a visita do Presidente Joe Biden, disse que "vem demostrar a confiança e importância de Angola para a estratégia americana ao mais alto nível, na medida em que ela se torna um marco histórico nas relações entre os dois países e com África".
"Não são todos os dias que um país africano é visitado por um Presidente que detém a maior economia do mundo e que pode promover igualmente maior proximidade com seus parceiros europeus", considerou.
Para o director, a dinamização das trocas comerciais entre os países africanos e a Europa pode aumentar especialmente no contexto actual.
Apontou alguns factores que podem contribuir para maior interacção, nomeadamente interesses económicos, como acordos comerciais, investimentos estrangeiros em sectores como infra-estruturas, tecnologia e serviços.
“Esses aspectos podem impulsionar a economia local e criar laços mais fortes entre as micro, pequenas e médias empresas”, enfatizou.
A AGT é responsável por propor a política tributária do Estado angolano, administrar os impostos, direitos aduaneiros e demais tributos, durante a materialização das linhas gerais de execução fiscal.
Nos termos das suas atribuições, coordena a execução e avaliação dos programas de gestão, aperfeiçoamento e de organização do sistema tributário. TC/CRB