Agro-alimentar entre as áreas prioritárias para investimento privado

     Economia           
  • Luanda     Quinta, 09 Novembro De 2023    18h39  
Campo Agrícola(Foto ilustração)
Campo Agrícola(Foto ilustração)
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Luanda – A indústria farmacêutica, o sector agro-alimentar e a pecuária constituem as principais áreas prioritárias para receber o investimento privado em Angola, reiterou esta sexta-feira, em Luanda, o presidente do Conselho de Administração da AIPEX, Lello Francisco.

Ao intervir no Fórum da Rede Internacional de Empresas do Brasil, de Portugal, Vietname e da Coreia do Sul, decorrido hoje, o gestor reconheceu ainda existência de um grande défice na produção nacional, facto que custa ao cofre do Estado cerca de oito mil milhões de dólares ano, com a importação de bens alimentares, têxteis e farmacêuticos.

De acordo com o PCA da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), desse valor, cerca de USD 2,5 mil milhões são gastos na importação de bens alimentares diversos que o país tem condições para produzir localmente.

Considerou também que a indústria de confecções tem grande potencial de crescimento, faltando apenas incentivos para a possível mudança de paradigma.

Quanto à indústria farmacêutica, Lello Francisco fez saber que o país importa 100% destes produtos, o que obriga a alteração da forma dos investimentos.

“Há necessidade de inverter o actual quadro, não podemos continuar com os níveis actuais de importação, reforçando o investimento na produção local”, reforçou.

Na ocasião, o embaixador do Brasil em Angola, Rafael de Mello Vidal, referiu que o volume de negócio entre os dois respectivos países, no pós pandemia COVID-19, situou-se na ordem dos 1,5 biliões de dólares, com destaque para as exportações angolanas que foram avaliadas em cerca de USD 800 milhões, contra perto de 700 milhões de dólares das exportações do Brasil.

Segundo o diplomata, essa tendência vai crescendo com perspectiva para um aumento de 10%, em 2024.

Por outro lado, o embaixador considerou o novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, a ser inaugurado esta sexta-feira, como uma atitude visionária, pensada para o futuro canal de comércio a caminho da transformação.

Já o encarregado de negócios da embaixada da Coreia do Sul em Angola, Youngmin Jo, disse que a relação comercial entre os dois países atingiu os 120 milhões de dólares, em 2022, sendo as importações de Angola viradas para os painéis solares, enquanto a Coreia do Sul importou produtos do sector mineiro e petróleo.

Referiu que as empresas da Coreia focam-se mais para o sector das energias renováveis, com vista a contribuir para o fortalecimento da electrificação do país e o desenvolvimento do sector económico de Angola.

Enquanto isso, o embaixador do Vietname em Angola, Duong Chinh Chuc, manifestou o interesse das empresas deste país investirem no sector da restauração, em Angola.

Por seu turno, a presidente do Conselho de Administração do grupo empresarial “Ramos Ferreira Engenharia”, Carla Ferreira, mostrou-se optimista pelo facto de Angola ter muitos recursos, sobretudo, um dos mais valiosos e procurados no mundo, os recursos humanos.

Assegurou estar alinhada com as prioridades gizadas pelo Governo angolano, mostrando-se disponível para cooperar no sector industrial, aplicando temas de sustentabilidade, com o uso de energias renováveis.

O Fórum da Rede Internacional de Empresas reuniu empresários e especialistas do Brasil, Vietname, Portugal e Coreia do Sul, com vista a reforçar as redes e actividades empresariais entre os quatro países em Angola, numa promoção da embaixada da Coreia, em colaboração com os demais três países. ML/QCB





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