Luanda – Cerca de três milhões de famílias vivem da agricultura, em todo país, facto que contribui para o aumento da produção agrícola em Angola, segundo o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.
Ao responder as inquietações dos deputados à Assembleia Nacional, durante o encontro que analisou o sector produtivo angolano, que se realizou esta terça-feira, no quadro do debate sobre o OGE/2025, o governante adiantou que, para o próximo ano, o Executivo vai apostar no apoio das famílias camponesas, com projectos de água, particularmente no Sul do país, para permitir que haja mais áreas produtivas e aumento da produção.
Avançou ainda que o país conta com cerca de 100 empresas ligadas à logística, que operam na recolha de produtos das zonas de produção para as áreas de consumo.
Reconheceu existirem ainda preocupações entre os agricultores, como o acesso aos insumos e escoamento de produtos.
"Os insumos ainda são caros e as quantidades disponibilizadas não são suficientes, mas, na presente campanha, nos organizamos no sentido de não termos a pressão de anos anteriores, em que chegava o momento do arranque do ano agrícola e não tínhamos fertilizantes, sementees e adubos", frisou.
Apontou também o apoio à capacitação das famílias agrícolas, referindo que o país tem cerca de oito mil e 500 escolas de campo.
Referiu ainda que, no quadro do ajustamento em 2025, da missão da Gesterra, o país contará com mais meios para apoiar e abrir zonas de produção.
José de Lima Massano fez saber ainda que, no âmbito do programa de promoção da produção nacional, no caso concreto dos alimentos, está a ser realizado o mapeamento da rede de silos para o país, de modo a garantir que nas zonas de maior produção possam existir tais estruturas de armazenamento e conservar a produção.
Já o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, apelou aos empresários para implementação de fábricas de materiais agrícolas, como enxadas, picaretas, entre outros.
O esforço que está a ser feito, disse, para o aumento da quantidade de produção e valorização das famílias camponesas.
Por sua vez, o secretário de Estado para as Águas, António Balsa da Costa, destacou a instalação de contadores pré-pagos, sendo 175 mil no abastecimento de água e 89 mil para a energia, no âmbito do OGE/2025.
Entre outras acções, a proposta do OGE/2025 projecta massificar o consumo de bens e serviços produzidos em território nacional, estabelecendo o Regime Jurídico do Incentivo à Produção Nacional, por via do veículo das entidades públicas contratantes.
Esse Orçamento prevê um crescimento da economia nacional de cerca de 4,14% e a redução do IVA sobre os equipamentos de produção, dos actuais 14% para 5%, mantendo-se o período de pagamento introduzido em 2023 de até 24 meses.
Constam, igualmente, do documento medidas de apoio ao investimento na segurança alimentar, através da reestruturação e dinamização do sector de cereais e grãos, fortalecimento da mecanização agrícola, fundamentalmente no que diz respeito à produção agrícola familiar.
O OGE/2025 estima receitas e despesas na ordem de 34 biliões, 633 mil milhões, 790 milhões, 87 mil e 312 kwanzas.
Essa proposta foi preparada na base de um preço do petróleo de 70 dólares/barril e uma produção petrolífera de um milhão e 98 mil barris de petróleo por dia, prevendo uma inflação mais baixa na ordem dos 16,6%, relativamente à taxa de inflação acumulada de 23,4% que se perspectiva até final de 2024. ASS/QCB