Luanda – O presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional dos Transportes Terrestres, Énio Costa, considerou, esta quinta-feira, em Luanda, fundamental o diálogo permanente entre o Governo e as associações de transporte, para que as empresas sejam mais rentáveis e proporcionem serviços sustentáveis e acessíveis à população.
Em declarações à imprensa, no final de um encontro de auscultação aos operadores de transportes colectivos urbanos de passageiros e de mercadoria, orientado pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, o responsável sublinhou que esses encontros visam encontrar soluções conjuntas que possam ser benéficas para as operadores e populações.
Énio Costa fez saber que o referido encontro de auscultação serviu de balanço do primeiro, realizado em Junho do corrente ano, relativamente daquilo que tem sido os últimos ajustes do preço do combustível e que se refletiu também no aumento do preço da tarifa do táxi.
"Há províncias que conseguiram aplicar muito bem tais medidas, o que falta aqui é mais concertação do ponto de vista da fiscalização, mas, de uma forma geral, o balanço é positivo, porque deu-se garantias de um acompanhamento periódico que tem sido feito a nível das estruturas das associações, direções provinciais dos transportes, tráfego e mobilidade", sublinhou.
Disse ainda que foram apresentados um conjunto de trabalhos a serem feitos do ponto de vista de melhoria da fiscalização e coordenação entre as várias entidades intervenientes neste serviço, quer a nível das direções provinciais de Transportes, Tráfico e Mobilidade e da Polícia, bem como das intervenções aos taxistas, sobretudo, por conta das distâncias percorridas estipuladas no comunicado da tarifa.
Para os transportes de mercadoria, adiantou que foi analisado a necessidade de se continuar a trabalhar com a Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola ( ATROMA), no sentido de se manter a circulação entre Angola e a República Democrática do Congo (RDC), até a resolução do conflito sobre os valores cobrados aos camionistas angolanos pelo país vizinho.
Lembrou que foram realizados vários encontros com entidades da RDC, no sentido de se manifestar a insatisfação sobre o tratamento dado e o valor cobrado aos camionistas angolanos, estando previsto, para breve, um outro encontro técnico para se concluir este processo.
Por sua vez, o presidente da ATROMA, António Gavião, adiantou que o encontro serviu para reforçar a preocupação dos camionistas sobre o valor cobrado de taxa pela RDC aos camionistas angolanos.
"Os camionistas angolanos pagam taxas à RDC de cerca de quatro mil dólares americanos e os congoleses que passam pelo nosso país desembolsam o valor de 50 dólares por cada camião", realçou.
Por isso, apelou ao Executivo angolano para busca de consenso com a RDC, no sentido da reciprocidade na cobrança de taxas.
O líder associativista manifestou a sua satisfação pela realização do encontro, considerando pedagógico e um factor que anima a relação entre os parceiros económicos do sector dos transportes.
A referida associação conta com 55 empresas e controla cerca de cinco mil camiões.
Já as empresas operadoras de transportes colectivos urbanos da província de Luanda estão preocupadas com as infra-estruturas rodoviárias e a segurança nas estradas e pedem maior apoio do Governo, assim como apelam menos burocracia nos processos, para que possam prestar um serviço mais eficiente à população.
E o presidente da Cooperativa dos Taxistas e Mototaxistas, Freitas António, salientou que as operadoras colocaram à consideração do Governo questões relacionadas com a aquisição de peças e acessórios e da questão dos taxistas incurtarem as rotas estipuladas.
António Freitas disse que, na ocasião, solicitaram ao Executivo a actualização do Decreto Presidencial 128/10, que aprova o Regulamento de Transportes Rodoviários Ocasionais de Passageiros.
O encontro contou com a presença do ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu. ASS/QCB