Paris (Do enviado Especial) - O angolano José Sayovo conserva o recorde estabelecido nos 400m de 50.03, vinte anos depois do feito nos Jogos Paralímpicos de Atenas, em 2004.
(Por Marcelino Camões)
Na presente edição, que decorre em Paris2024 (França), o venezuelano A.Santos conquistou domingo (1) a medalha de ouro na mesma distância, com o tempo de 50.58, muito distante da performance do actual vice-presidente do Comité Paralímpico Angolano (CPA).
Da prova de atletismo para deficientes visuais, classe T11, que se disputa no Stade de France, arredores de Saint-Denis, ficaram nas posições seguintes o francês T. A Ophe, segundo com 50.75, e G.J Atangana, da equipa Paralímpica de Refugiados, terceira com 50.89.
A manutenção da posição de atleta mais rápido do mundo na especialidade, 20 anos depois, quando, obviamente, as tecnologias do treinamento não estavam tão evoluídas, demonstra toda a capacidade desportiva do angolano, actualmente com 51 anos de idade, nascido no município da Catabola (Bié).
Na verdade, a vida desportiva do oficial das Forças Armadas, que ficou cego durante a explosão de uma mina, no cumprimento da defesa da pátria, é totalmente recheada de feitos.
Na mesma prova de Atenas, conquistou o ouro e recordes nos 100m (11.37) e nos 200m (23.04).
Depois de Atenas, em Pequim2008, onde foi o porta-estandarte na cerimónia de abertura, conquistou três medalhas de prata, nos 100, 200 e 400 metros.
Nos Jogos de Londres, aos 39 anos de idade, arrebatou uma medalha de bronze nos 200m e outra de ouro nos 400m.
Com as suas conquistas, acumulando um total de 48 medalhas, sendo 25 de ouro, 21 de prata e duas de bronze, incluindo em campeonatos do mundo, africanos e meetings internacionais. Sayovo colocou Angola no mapa do desporto paralímpico mundial.
Ele inspira milhares de pessoas em Angola e em todo o mundo, tendo como exemplo o brasileiro Lucas Prado, até antes, a referência mundial em velocidade nos T11.
Sayovo é um verdadeiro embaixador da causa em Angola e além fronteira. MC