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Ramadão retira público da BAL

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  • Luanda • Quinta, 14 Abril de 2022 | 12h29
Selecção de andebol treina no pavilhão Hassan Mustafa Hall
Selecção de andebol treina no pavilhão Hassan Mustafa Hall
Marcelino Camões

Cairo (Do enviado especial) - Seis dias após o início da Liga Africana de Basquetebol (BAL- sigla em inglês), o Pavilhão Hassan Moustafa Sports Hall, do Cairo, regista pouca assistência, e tudo indica que se deve ao período do Ramadão.

A festa continental de clubes não tem tido o brio esperado dada a ausência de espectadores no palco da prova, o que retira alguma motivação aos atletas, os protagonistas do espectáculo.

Sem o ruído ensurdecedor das torcidas, as noites no moderno pavilhão com capacidade para 5.200 aficionados têm se revelado frias, com os atletas na quadra sem sentirem aquele calor que vem das bancadas, a excepção quando joga a formação de casa, mas também de forma tímida.

O Ramadão é o nono mês do calendário islâmico, no qual a maioria dos muçulmanos pratica o seu jejum ritual, o quarto dos cinco pilares do Islão.

Neste período, pede-se ao crente maior proximidade dos valores sagrados, leitura mais assídua do Alcorão e frequência da oração na mesquita. O crente deve abster-se do convívio social no período em que nasce o sol até opor-se durante um mês.

Deste modo, o Campeonato Africano que termina dia 19, ainda dentro do tempo religioso, deverá prosseguir nos próximos dias sem a presença de público.

Nem mesmo a estratégia da organização, a cargo da FIBA/África, de realizar dois jogos em período já livre, às 19h30 e às 23h00, tem resultado, apesar do espectáculo que se tem registado  no palco de jogos à moda da NBA, patrocinadora do evento.

O Pavilhão Hassan Moustafa Sports Hall está localizado na região denominada seis de Outubro, província de Gizé, cidade satélite parte da área urbana do Cairo.

Há uma distância de 32 km fora da cidade, Gize tem uma população que varia entre 185.000 habitantes na cidade e 500.000 habitantes na área mais ampla, por isso, não será por aí que o recinto desportivo não regista assistência.

Ruas sem publicidade do evento  

Pormenor importante é o facto de não se observar publicidades do evento nem na cidade do Cairo, nem na zona do palco da competição e arredores.

É estranho que até no Aeroporto Internacional apenas membros da organização, movimentação de atletas e jornalistas são demonstrativos de que o Egipto alberga a BAL.

Numa incursão desde o Cairo ao seis de Outubro nada de publicidade. Às populações revelam desconhecimento total sobre o que acontece nesta altura no seu país no que a prova diz respeito.

Não é preciso ser perito em marketing para aferir-se que a ausência de público ao Hassan Moustafa Sports Hall também é resultado da inexistência desta importante ferramenta de comunicação.

Assim, não havendo publicidade estática e em movimento, falta de divulgação massiva por parte das empresas de Comunicação Social, o resultado não podia ser diferente.

Em alguns casos, são os jornalistas estrangeiros a darem explicações aos cidadãos egípcios de que o seu país alberga um campeonato continental de basquetebol, tal acontece nos hotéis e centros comerciais.

Sexta-feira, defrontam-se as duas melhores equipas da prova, o anfitrião Zamalek e o Petro de Luanda, nomeadamente, campeão e terceiro classificado da edição anterior (Rwanda´2021).

Este encontro constitui a última oportunidade para a interacção entre o público e o espectáculo dos artistas da bola ao cesto, sob o risco desta conferência Nilo da II edição da Liga Africana de Clubes ser considerada um fracasso em termos de assistência.

 

 





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