Luanda - O passaporte da atleta Neide Dias, da selecção de atletismo para os Jogos Olímpicos de Tóquio, foi tratado em duas horas e entregue ao representante do Consulado de Angola em Paris, garantiu hoje, quinta-feira, o porta-voz do SME, Simão Milagre.
Em reacção à recente entrevista da fundista pela não inscrição no evento, que se inicia a 23 próximo, por falta de passaporte válido, esclareceu que o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) recebeu do representante do Consulado em França o processo que solicitava a emissão do documento ordinário no dia 15 de Junho.
Reiterou que o passaporte foi entregue duas horas depois, porque o portador alegou urgência em regressar no mesmo dia a Paris.
Simão Milagre afirmou que existe um conjunto de protocolos que fazem fé de que o emissário do Consulado recebeu o documento em tempo, pelo que descarta qualquer responsabilidade do órgão que representa.
Entretanto, a fundista Neide Dias atribuiu segunda-feira culpas à Federação Angolana de Atletismo (FAA), pela sua não inscrição nos Jogos de Tóquio, por não lhe ter sido renovado o passaporte, para ser inscrita.
A recordista nacional nos mil 500 metros, 3.000 m e 10.000 m, que reside em Portugal, diz ter entregue o processo no Consulado de Angola em Paris, no dia 23 de Abril, dando a conhecer ao presidente da Federação, Bernardo João.
A atleta lamenta o facto de o Comité Olímpico Angolano (COA) ter conhecimento do caso e de não ter tomado qualquer providência para que a sua participação nos Jogos do Japão fosse possível.
No entanto, a ministra da Juventude e Desportos, Ana Paula do Sacramento Neto, prometeu esta quinta-feira, em Luanda, responsabilizar os eventuais culpados pela situação.
Falando à imprensa, a ministra disse ter já pedido esclarecimento, por escrito, para apuramento do sucedido.
O COA descarta qualquer responsabilidade pelo sucedido e informa em comunicado que Neide Dias foi preterida pela Federação Internacional de Atletismo por competir nos 1.500 metros em favor do velocista Aveni Reid, escrito nos 100 metros.
A nota, assinada pelo secretário-geral, António Monteiro Bambino, explica que o órgão reitor da modalidade no mundo priorizou as distância mais curtas.
Já o presidente da FAA, Bernardo João, diz não ter sido escolha da federação a dupla do atletismo para o evento no Japão, atirando a responsabilidade ao Comité Olímpico