Mono docência retarda desporto escolar

     Desporto           
  • Luanda • Terça, 02 Maio de 2023 | 16h53
Pormenor da sala de Conferência Nacional da AMUD
Pormenor da sala de Conferência Nacional da AMUD
Domingos Cardoso - ANGOP

Luanda - A mono docência e a falta de profissionais formados em educação física no ensino primário retarda o desenvolvimento das habilidades e a coordenação psicomotoras dos alunos inseridos no desporto escolar.

A mono docência no ensino primário, implementada no âmbito da Reforma Educativa, define que cada docente leccione todas as disciplinas curriculares da iniciação a 6.ª classe. Apenas a partir da 7ª a cadeira de educação física é ministrada por um professor formado na área.

O período de vigência de tal política tem se reflectido negativamente no ensino da cadeira, fundamentalmente na realização dos jogos regionais e nacionais com atletas de qualidade, passíveis de serem absorvidos pelas equipas e selecções nacionais.

Chegaram a essa conclusão os prelectores da mesa redonda da III Conferência Nacional da Associação Angolana a Mulher e o Desporto (AMUD), terminada sábado, em Luanda, ao dissertarem, em conjunto, o tema “A importância do desporto escolar, sua influência no desporto feminino”.

Os seleccionadores nacionais Vivaldo Eduardo (andebol), José Manuel (atletismo adaptado), Graciela Elizabeth (professora de educação física) e Isabel Dinis (funcionária do Ministério da Educação no sector do ensino primário) convergiram nesse mesmo pensamento.

Vivaldo Eduardo, também ele técnico do Petro de Luanda, defende o ensino da disciplina de educação física nas classes de iniciação por via de docentes especialistas, para que dos campeonatos escolares saiam grandes talentos, formados com base na cientificação.

A professora de educação física, Graciela Elizabeth, lamentou as dificuldades para a promoção do desporto escolar, enquanto José Manuel chama atenção sobre o empirismo por existirem profissionais a trabalharem sem formação específica, considerando a situação de “muito grave”.

O seleccionador de atletismo adaptado apontou, ainda, como factor impeditivo, para maior desenvolvimento do desporto escolar, a falta de materiais como balizas, bolas, campo ou quadras multiusos.

Já a directora nacional dos recursos humanos do Ministério da Educação, Laudemira Sousa, reconheceu as lacunas em infra-estruturas a nível das escolas do país, mas disse existirem trabalhos para a inversão do quadro.

A também presidente da mesa da assembleia-geral da AMUD esclareceu que o mistério apenas cria políticas para as escolas, sendo que a gestão da coisa cabe aos Governos provinciais.

Com mais de 180 delegadas das 18 províncias do país, a reunião magna do órgão reflectiu sobre vários aspectos que enfermam o desporto no geral e, em particular, no sector feminino, sua área de advocacia.

Os temas sobre “Desporto escolar”, “Contributo da comunicação social na inserção da mulher no desporto”, “Mulher no dirigismo desportivo, suas competências e empenho nos postos de trabalho sustentável, dominaram a actividade em dois dias. BSV/MC

 





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