Luanda – O ex-basquetebolista Miguel Lutonda, triplo MVP africano, afirmou à ANGOP, em Luanda, ser necessário maior valorização às antigas glórias do desporto angolano, criando um grande impacto na vida dos futuros praticantes.
Falando durante uma entrevista perfil que concedeu sábado à ANGOP, em Luanda, a ser publicada em breve na íntegra, defende a eternização dos feitos dos desportistas de destaque para inspirar novas gerações de talentos.
O antigo base do 1.º de Agosto e da Selecção Nacional, considerado dos melhores basquetebolistas de África, lamenta a existência de atletas que evoluíram a alto nível, mas que não são alvo do merecido reconhecimento.
Com mais de 40 títulos colectivos e 31 individuais, o actual técnico-adjunto da Selecção Nacional participou em seis dos 11 títulos africanos conquistados por Angola.
No entanto, diz que não sente a recompensa do que fez e faz em prol da evolução do desporto em geral e do basquetebol em particular.
“Angola conquistou o Campeonato Africano por 11 vezes fruto de longos anos de muito trabalho. Tanto eu como outros colegas envolvidos em todos estes feitos não somos tidos e nem achados”, lamentou.
No seu caso em particular, disse que gostaria de ser homenageado com um símbolo que espelhasse ao público quem é Miguel Lutonda e o que fez enquanto atleta, para que no futuro seus netos e bisnetos pudessem o ver com orgulho.
Na entrevista em que abordou, entre outros, o estado da modalidade, a constituição de uma escola de formação nacional e sua visão sobre o futuro, o General como é tratado nas lides desportivas ,disse ter recebido convites para jogar no exterior do país, mas que optou por permanecer em Angola.
Recordou que durante o seu auge recebeu convites para evoluir, por exemplo, no FC do Porto (Portugal), chegou, inclusive, a fazer testes em uma formação da Turquia, mas os valores dos contratos eram inferiores ao estabelecido com o 1.º de Agosto.
Depois do início no Grupo Desportivo da Nocal, seguindo-se o ASA, Desportivo da Banca e 1.º de Agosto, o antigo praticante afirmou que a equipa “militar” representa tudo que é e o que tem hoje, sem desprimor para outros clubes onde também passou.
Ao serviço dos “agostinos” Miguel Timóteo Pontes Lutonda, 53 anos de idade, foi duas vezes MVP do Campeonato Africano de clubes.
A nível nacional conquistou nove campeonatos nacionais, cinco Taças de Angola, oito Supertaças e uma Taça Compal.
Foi ainda eleito MVP no Campeonato Nacional em 2003, sendo que no dia 17 de Outubro de 2012 disputou o seu último jogo oficial pelo 1º de Agosto, frente ao Recreativo do Libolo, para a Taça “Victorino Cunha”.
No final daquele desafio, a sua camisa número 14 foi retirada definitivamente das quadras.
Com 1.86m, Lutonda foi em dois anos consecutivos (2001 e 2002) o melhor desportista do ano em Angola.
Este ícone do desporto e do basquetebol em particular representou Angola nas Olimpíadas de 2000 e 2004, além de ter participado no Campeonato do Mundo da FIBA em 2002 e 2006.
Conquistou com a Selecção Nacional, os Afrobasket de Dacar (1997), Luanda (1999), Casablanca (2001), Alexandria (2003), Argel (2005) e Luanda (2007).
Venceu, também, sete Taças dos Clubes Campeões em Abidjan (2005), Lagos (2006), Luanda (2007), Sousse (2008), Kigali (2009), Salé (2011) e Malabo (2012). BSV/MC