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Angola busca revitalização dos Jogos Tradicionais

     Desporto              
  • Luanda • Terça, 21 Março de 2023 | 07h13
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Pormenor de uma disputa do Zero, no quadro dos jogos tradicionais
Pormenor de uma disputa do Zero, no quadro dos jogos tradicionais
Marcelino Camões
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Jogo de Wella nas comemorações do Dia Nacional do Desporto
Jogo de Wella nas comemorações do Dia Nacional do Desporto
Marcelino Camões-ANGOP

Luanda - Secular no mundo, em Angola, os Jogos Tradicionais necessitam de perpetuação através da transmissão de geração em geração, numa altura em que se experimentam, após inércia, programas de revitalização por parte do Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD).

Esta actividade lúdica, recreativa e cultural que tem como grupo alvo crianças, jovens e adultos de uma determinada comunidade ou sociedade, em função dos seus valores sociais e culturais, foi prática de eleição desde o período antes e após independência, alcançada em 1975.

Desenvolvida com maior incidência nos musseques, esta forma de fazer desporto, baseada em práticas genuínas de um povo, caiu em desuso e para a sua recuperação o MINJUD criou uma comissão instaladora que devia resultar em constituição de núcleos, associações provinciais e federação.

Enquanto isso, em Luanda criou-se uma Associação dos Desportos Tradicionais, liderada por Afonsina Mazambe, mas em seis anos de existência não são ainda notórias as suas acções.

O ministério de tutela procedeu ao relançamento oficial das acções de massificação dos Jogos Tradicionais angolanos em Maio de 2022, numa cerimónia que teve lugar na Galeria dos Desportos.

Antes, em 2021, o processo foi lançado, oficialmente, na cidade de M'banza Congo (Zaire), na sequência de uma proposta do Governo angolano apresentada em 2017, na 6ª Conferência Internacional de Ministros e altos funcionários da educação física e dos desportos.

Na sequencia, várias actividades têm sido organizadas em algumas províncias do país, como Luanda, Huambo, Namibe e Cunene, mas ainda assim em número e em ocasiões escassas para a dimensão almejada.

Sobre o assunto, o investigador Tiago Manuel, defendeu recentemente, em entrevista à ANGOP, em Luanda, a necessidade da criação urgente de um fundo de apoio para o desenvolvimento desta actividade.

Formado em Ciência da Comunicação pela Universidade Agostinho Neto, na faculdade de Ciência Sociais, o especialista afirmou ser o país rico em jogos natos, que precisam de ser conhecidos não só a nível nacional como internacional.

Para tal, disse não bastar a vontade de fazer acontecer, sendo necessário dotação financeira por parte do Estado, via Ministério dos Desportos ou patrocinadores para os projectos saírem do papel.

O também professor de história acha que a criação de um fundo institucional seria parte da solução para a inversão do quadro.

O responsável frisou que tem em carteira dois projectos em livros de aprendizado e regras de 12 Jogos Tradicionais Africanos no tabuleiro.

Estes dois livros, com tradução em línguas nacionais, segundo o interlocutor da ANGOP, estão divididos em Iº volume " A Tradicional Neurociência Africana" (Sistema de Jogos Psicotécnicos Africano) e o IIº "Comunicação Cultural e Desporto, dos Jogos Tradicionais Africanos".

Segundo o investigador, com o lançamento das obras, a massificação em várias regiões do país será mais eficaz.

 

Durante o pelouro da ex-ministra Ana Paula do Sacramento Neto, o MINJUD cadastrou em Angola 118 Jogos Tradicionais, dos quais 24 catalogados nas províncias de Luanda, Huíla, Namibe e Cunene, um processo que contou com o apoio da UNESCO.

Já o Ministério da Juventude e Desporto, por conta dos seus gabinetes provinciais de Cultura, Turismo e Juventude continua a catalogar outros jogos.

Entre os Jogos Tradicionais conhecidos, destaca-se o bica lata, corrida de jante, fica-ficou, lata-latinha (oriundos da Lunda Sul), bica bidon e burrinho (Benguela), além da garrafinha, dança das cadeiras, amarra lenço, zero ou nzango, salta a corda, trinta e cinco e cimalha ou macaca, ludo (vulgo não te irrites), garrafinha, dama e wella.

A Associação a Mulher e o Desporto (AMUD) tem sido a organização que mais realiza actividades do género em instituições de ensino ou nos espaços em céu aberto, habitualmente em datas festivas com o propósito de massificação.

Luanda, Huíla, Namibe, Cunene e Huambo foram as últimas províncias onde as acções fizeram-se sentir, com o movimento de mais de cinquenta crianças e jovens, em ambos os sexos. BSV/MC

 

 

 





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