Luanda – Angola defronta a França às 15 horas de quinta-feira, no Estádio Arena de Paris, para 4.ª jornada do torneio de andebol feminino dos Jogos Olímpicos, partida desafiadora devido a capacidade desportiva das anfitriãs, afirmou esta quarta-feira, em Luanda, a ex-internacional Marcelina Kiala.
Em declarações à ANGOP, a antiga capitã da Selecção Nacional disse que o histórico de confrontos entre as contendoras demonstra que a França, campeã da edição de 2020, decorrida em Tóquio (Japão), é favorita, mas Angola tem se mostrado resiliente e capaz de surpreender.
A meia-distância, que em 1999 vinculou-se ao Dijon da 1.ª Liga francesa, alertou para a velocidade e concentração das adversárias, referindo que as hendecampeãs africanas terão de fazer melhor em relação aos três jogos já disputados para lograr um triunfo.
Este ano, Angola perdeu com a França, por 20-33, no segundo e último amistoso antes dos Jogos Olímpicos. Em 2023 derrota de 29-30 na 1.ª jornada (grupo D) do Campeonato do Mundo, organizado pela Noruega, Dinamarca e Suécia.
No entanto, as angolanas venceram as francesas, na condição de anfitriãs, no Campeonato do Mundo de 2007, por 29-27.
Naquela competição, Marcelina Kiala foi a terceira melhor marcadora com 72 golos, atrás da alemã Grit Jurack (85) e da húngara Anita Gorbicz (80).
Referiu que após três jogos disputados, vitória contra a Espanha (26-21), derrota contra os Países Baixo (31-34) e empate com a Hungria (31-31), o cansaço pode dificultar os objectivos de vitória das angolanas, actuais terceiras classificadas do Grupo B, com três pontos.
Já a França, líder isolada com 6 pts, mantém-se invicta com vitórias sobre o Brasil (26-20), Hungria (31-28) e Países Baixos (32-28).
Contra o Brasil (sábado), no fecho da fase inicial, Kiala considera ser uma adversária do mesmo nível de Angola, com um andebol semelhante, sendo que a rapidez no ataque e solidez defensiva poderão ser determinantes para um triunfo.
Segundo a fonte da ANGOP, as substituições feitas na ponta final dos jogos, tal como ocorreu terça-feira no empate a 31 golos com a Hungria, não têm resultado em melhor desempenho de Angola.
Cometer o menor número de erros defensivos e ofensivos, evitar perdas da posse de bola e eficácia na baliza podem resultar em vitória, segundo a interlocutora.
Para ela, o segredo para as boas exibições no torneio olímpicos tem sido a capacidade desportiva da guarda-redes Marta Alberto.
“A guarda-redes Marta Alberto tem defendido mais de 50% dos remates à baliza e quando assim acontece fica mais fácil vencer jogos”, reiterou.
Nascida em Luanda, a 9 de Novembro de 1979 (45 anos de idade), a antiga andebolista é considerada ícone do andebol angolano e africano, tendo estado em duas edições de Jogos Olímpicos, designadamente Sydney´2000 e Londres´2012.
Entre os títulos conquistados, constam sete Campeonatos Africanos das Nações (CAN), 13 Ligas dos Clubes Campeões Africanos e 15 Campeonatos Nacionais.
Membro da Associação dos Atletas Olímpicos de Angola, do Comité Olímpico Angolano e da Associação Angolana a Mulher e o Desporto, Marcelina Kiala retirou-se das quadras em Fevereiro de 2014. IN/MC